Nos processos comunicacionais é essencial a clareza da mensagem, para que esta seja compreendida pelos intervenientes no processo de comunicação. Isto é fundamental em todos contextos de comunicação, e particularmente fundamental em contexto educacional, uma vez que este visa transmitir conhecimento e alterar comportamentos. A presença de ruído no processo de comunicação prejudica a clareza, distorcendo a mensagem e levando à incompreensão, ou à compreensão fragmentada, desta pelo receptor.
Olhando para as fases do processo comunicacional, o ruído surge na fase de emissão caso o código seja confuso, ou mal estruturado, ou se não se levar em conta as características cognitivas e culturais dos receptores, prejudicando à partida o processo. O ruído é introduzido no canal através da falta de adequação da mensagem ao veículo, ou falhas físicas.
Na recepção da mensagem, o ruído é causado por barreiras psicológicas e interferências mediáticas. Se os receptores estiverem distraídos, desconfortáveis, perceptualmente limitados, a compreensão da mensagem fica dificultada. Nas nossas salas de aula, muitas vezes desconfortaveis, onde se transmitem oralmente mensagens nem sempre mediatizadas de forma adequada a alunos condicionados pelos ritmos dinâmicos dos media de entretenimento, em turmas heterogéneas onde nem sempre estão assegurados referenciais abrangentes, estaremos a comunicar de forma eficiente? No gue respeita às interferências mediáticas, Marshall McLuhan observou que "el aula lleva a cabo una lucha vital por la supervivencia con el mundo "exterior", enormemente penetrante, creado por los nuevos medios informativos" (1968). Uma observação que ganha nova dimensão nesta era de novos media potenciados pelas tecnologias de informação.