Dizzy Gillespie, The Sunny Side of the Street
A amizade é algo curioso, que intriga os irredutíveis misantropos da minha estirpe. No entanto, por distraido e desapegado que seja, não deixo de me sentir entristecido quando vejo amigos a afastarem-se.
Mas amizade também significa compreender e aceitar maneiras diferentes de pensar, sem proselitismos.
Por vezes a coisa esfria, por vezes a vida rouba-nos o tempo ou a paciência. Mas não vale a pena perdermos tempo com análises, a remoer porquês dentro da cabeça. Se algo aprendi com todas as minhas leituras e experiências é que a vida é demasiado fugaz para inquietações. O nosso tempo sobre este planeta é breve; para quê desperdiçar o nosso tempo com chatices, más interpretações e desilusões passageiras?
Por mim, sempre na boa. Sempre que os meus amigos precisarem, estou por aqui, à distância de um click, de um telefonema, de um encontro casual. Mesmo passados anos. Entendimentos e desentendimentos são coisas que passam. Transcenda-se o passageiro.
E como uma dose de melancolia não fica completa sem uma sonoridade a condizer, deixo-vos Dizzy Gillespie com The Sunny Side of the Street. Nada como um sublime jazz clássico.