domingo, 13 de maio de 2007

...



Dia 13. Hoje Portugal mergulha profundamente na celebração da histeria, da alucinação, do medievo e da hipocrisia enquanto comemora uma efeméride relacionada com essa doença mental pelos vistos impossível de erradicar que é a religião. A humanidade ainda tem muito que evoluir. Rodeados de complexos sistemas, detentores de conhecimentos abrangentes e criadores de tecnologias quase mágicas, ainda pensamos como os velhos neadertais que na escuridão da noite dos tempos, na era primitiva que nos deu origem, teciam velhos e esquecidos mitos para combaterem o medo do grande mundo desconhecido que os fascinava, intrigava e devorava. Os milhares de anos esbateram essas mitologias, mas o seu gérmen mantém-se nas teologias e mitologias que ainda hoje manipulam milhões de descendentes dos velhos neandertais (e sapiens, claro) que vasculhavam o vasto mundo pré-histórico.

A imagem tem tudo a ver com isto: olhemos para cima, olhemos para as estrelas com o poder da nossa tecnologia e a ferramenta da nossa aguçada inteligência, com esperança que tenhamos a sabedoria necessária para ultrapassar as grilhetas do poço de gravidade - e ultrapassar as grilhetas das tradições advindas da noite dos tempos (expressão arcaica para a pré-história, que eu adoro), rumo ao futuro.