quarta-feira, 18 de abril de 2007

Leituras

BBC | Russia making floating atom plant Engenharia radical: a empresa russa Rosenergoatom, responsável pelas centrais nucleares russas, juntou-se aos estaleiros Sevmash, de onde saem os submarinos nucleares russos, para construir a primeira plataforma nuclear do mundo. A ideia é dispor de uma central nuclear flutuante, capaz de chegar aos recantos mais remotos do planeta. O ministério da energia atómica russo assegura que tem já interesse demonstrado da parte de nações do pacífico, embora como é que punhados de ilhas pobres possam ser capazes de pagar uma central nuclear destas é uma questão que me ultrapassa.

Fabulosa a forma como estes nomes fazem dobrar a língua.

Guardian | Expensive tastes O luxo pode não significar a maior qualidade dos produtos, mas a ligação mental entre preços altos/escassez controlada e a noção do valor dos objectos é inquebrável. Ao comprar o carro topo de gama, o telemóvel de luxo, a roupa de luxo, a crème de la crème o consumidor não está a adquirir objectos, está antes a adquirir a satisfação de poder exibir símbolos de status. Caso observado: o ubíquo iPod, que a própria Apple admite que não é o melhor reprodutor de mp3 do mercado (não directamente, claro, mas quando uma empresa admite que o seu produto - mais caro do que os concorrentes - tem uma duração prevista de três anos, está a sublinhar os seus defeitos) mas que tem uma legião de fãs e é um dos objectos mais icónicos e cobiçados desta nossa era dos brinquedos digitais. O preço não equivale sempre a qualidade, algo que qualquer apreciador de vinhos sabe, mas o preço tem uma associação psicológica com a qualidade, algo que os bons vendedores de vinho sabem - estudos apontam para que os compradores de vinho, ao escolherem entre marcas, escolhem tendencialmente a mais cara, precisamente porque pensam que o preço garante a qualidade.

É este tipo de observações que me faz pensar que o nosso cérebro não está preparado para compreender e actuar na sociedade que a espécie humana construiu. Vestidos com roupas de marca, brandindo telemóveis de luxo e conduzindo automóveis topo de gama, ainda raciocinamos tal como os velhinhos neandertais, há milénios atrás.

A cultura japonesa é conhecida pelas suas estranhezas. Do Japão espera-se um pouco de tudo, o que é compreensível tendo em conta que esta foi a nação que nos legou a praga dos Pokemon e a moda dos manga. Isto sem esquecer a ubíqua hello kitty, uma marca pura que existe apenas para efeitos de branding. Mas mesmo assim as instruções para este delicado objecto ultrapassam os limites do bizarro. Uma coisa é certa: quem no Japão escreve e ilustra manuais de utilização para objectos de consumo é verdadeiramente rigoroso e meticuloso. Cliquem para ver um momento surreal de pura estranheza. Não aconselhado a locais de trabalho, menores de 18 anos ou a pessoas de moralidade sensível. Via Warren Ellis.