BBC | EU fish quota deal hammered out As terríveis negociações anuais da União Europeia para atribuição de quotas de pescado terminaram. Para além das habituais queixas dos pescadores, e dos avisos dos ambientalistas para o risco de extinção sob o qual se encontram grande parte das espécies de pescado graças à pesca industrial intensiva, há um pormenor que nos diz directamente respeito. Bruxelas propunha uma redução de 25% na quota de pescado do bacalhau do mar do norte, espécie em notório risco de extinção, mas o acordo final ficou-se por uma redução de 17,5%. Os cientistas avisam que o bacalhau está sobre pressão intensa, sem que os seus stocks se renovem anualmente. Moral da história: se não cuidarmos do nosso fiel amigo, em breve poderão vir os tempos em as delícias culinárias com bacalhau não passem de fugazes memórias.
BBC | Robots could demand equal rights Um estudo comissionado pelo governo britânico que tentou antever cinquenta anos no futuro chegou, entre outras ideias, à ideia de que os robots poderiam exigir direitos e até serviços sociais. Os estudos não se limitaram aos robots, claro. Outros estudos observaram o futuro das viagens espaciais ou o impacto dos cuidados de saúde e avanços em gerontologia numa sociedade onde a longevidade impera. Quanto aos robots, vale aqui a memória: já ninguém se lembra daquele escritor que legou ao mundo uma das revistas mais importantes de Ficção Científica, a série Fundação, os contos da série Eu, Robot (assassinados num recente filme só tornado interessante ao nível técnico dos efeitos especiais) ou o fabuloso conto The Bicentennial Man - sobre um robot que luta pelos seus direitos, atinge o estatudo de ser sentiente com direitos iguais aos humanos, e depois começa a substituir os seus orgãos mecânicos por orgãos humanos, para poder falecer em paz, como um homem? Se não me falha a longeva memória, Isaac Asimov também criou as famosas três leis da robótica.
Guardian | It is possible to respect the believers but not the belief Um paradoxo moderno: numa sociedade laica, em que aqueles que assumem a sua religião são uma minoria, e onde a inteligentsia é assumidamente ateia, o final do ano mergulha-nos sempre nos paroxismos das celebrações natalícias. Após o festival orgíaco de consumo desenfrado, todos recolhemos aos momentos celebratórios onde se celebram tradições de uma religião que não se professa. As cidades iluminam-se, e no meu estranho caso, um professor ateu faz presépios com os seu alunos.