segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Leituras

Leituras para suportar o ar gélido desta manhã.

BBC | Shuttle lifts of in night flight O Discovery descolou ontem da base do Cabo Canaveral com destino à estação espacial. A missão é complexa - trata-se de instalar um novo sistema eléctrico na estação, com mais capacidade, antecipando os novos módulos de paineis solares que serão brevemente instalados na ISS. Estes permitirão aumentar a capacidade energética da ISS para operar os módulos da estação que ainda estão por lançar. A bordo do vai-vém espacial segue o astronauta Christer Fuglesang, norueguês da ESA.

Guardian | They live like aristocrats. Now they think like them A ideia de direitos de autor está a precisar de uma profunda reforma. A intenção das grandes empresas que de facto controlam a propriedade intelectual é a de estender continuamente o número de anos até que uma obra se torne domínio público - como se daqui a cinquenta anos alguém ainda se desse ao trabalho de ouvir as boy's bands e outros subprodutos de indústrias culturais fora de controle. O objectivo não é proteger os direitos dos autores, mas sim espremer todos os cêntimos do produto, como se comprova nesta altura natalícia em que surgem no mercado as inimitáveis compilações de bandas e artistas esquecidos ou então de lembrança vergonhosa e dolorosa (com aquele sentimento de como é que eu podia gostar disto?). Por outro lado, é justo e legítimo que os criadores sejam compensados pelas suas obras - e sublinho os criadores, não os intermediários que conseguiram transformar expressões artísticas em verdadeiras manufacturas de produtos de consumo rápido. Para complicar mais a coisa, a internet surgiu como a grande oportunidade/ameaça aos modelos estabelecidos. A facilidade com que se copia online, e pior, a facilidade com que se descobre precisamente o que quer sem ter de adquirir produtos pré-estabelecidos ameaça o modelo de negócio da indútria cultural. Bem, não de toda - o livro, ficheiro de texto não suplanta o livro-objecto, e a pintura ou a escultura não é suplantada pela imagem digital (mesmo que o media seja digital). É na música e no cinema que este problema se coloca com maior acutilância. Esta é uma altura de experiências - os interesses económicos tentam tudo para manter o status, desde processar qualquer um por pirataria (excepto os ISPs que lucram com o tráfego gerado pelos downloads) a lutar por extensões das leis de direitos de autor com regras cada vez mais rígidas - chegando ao ponto de ilegalizar o simples cantar de canções conhecidas, como no caso de uma lei australiana que poderia acusar de violação de direitos de autor uma criança que cantasse uma canção tradicional (essa lei não passou). O mundo online desdobra-se na pirataria descarada da partilha de ficheiros e em experiências de novos modalidades, como lojas online ou bandas que libertam as suas canções para angariarem expectadores nos concertos. a juntar a isto temos as propostas das licenças creative commons, criadas precisamente tendo em mente o novo mundo digital.

Guardian | In the rice paddies of Sri Lanka, a new enemy: salt Efeitos das alterações climatéricas: a diminuição das chuvas no Ceilão causou a salinização dos solos, com consequências catastróficas a nível económico e social.

The Times | Why the Dead Sea is dying O mar morto está a morrer - expressão deliciosa, que sublinha uma triste realidade. Com os aquíferos que alimentam este mar a serem sobre-explorados pela agricultura israelita - isto de transformar desertos em jardins tem o seu preço - o mar morto está a desaparecer. As possíveis soluções passam pelo faraónico projecto de construir um canal que ligue o mar morto ao mar vermelho.

The New York Times | 2006, brought to you by you 2006, marcado pelas aquisições bilionárias do YouTube e do MySpace, foi o ano em que as novas modalidades de expressão online catalizaram e atingiram massa crítica. Todo o ecossistema de blogs, de partilhas de video e som e de galerias de imagem explodiu em diversidade e importância. Tem-se falado da internet como a ferramenta que coloca a cultura nas mãos de todos, e 2006 foi o ano em que essa ideia, literalmente, rebentou.