sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Leituras

BBC | Water flowed recently on Mars Excitantes notícias da nova fronteira da exploração humana: Novas imagens de zonas marcianas já fotografadas em anos anteriores pela sonda Mars Global Surveyor revelam indícios de que àgua poderá ter corrido na superfície marciana recentemente. Os cientistas ainda estão divididos entre se se tratará de àgua ou de dióxido de carbono líquido. De qualquer forma, os indícios da presença de àgua em Marte levantam com mais força a hipótese de vida marciana - não homenzinhos verdes ou gosmas tentaculares amantes de tripés, mas sim vida microbiana.

Guardian | Last exit to prosperity A prefeitura japonesa de Yubari é um exemplo perfeito de como não se deve gerir uma região: após anos de gastos liberais e monumentais em infraestruturas de utilidade duvidosa, a prefeitura vê-se a braços com dívidas que ascendem aos milhares de milhões de yenes e cortes no financiamento do governo central. Endividada, a prefeitura viu-se obrigada a colocar em práctica um plano de cortes orçamentais para fazer face às dívidas. Do lado das receitas, aumentos astronómicos dos impostos locais e do equivalente aos impostos municipais sobre a habitação própria. Do lado da despesa, aniquilação dos serviços públicos, com todas as infraestruturas desportivas e culturais a serem encerradas, cortes nas despesas sociais, fim dos auxílios à terceira idade, despedimentos de metade dos funcionários do município, cortes de 60% nos salários dos funcionários que restarem e cortes de 75% nas reformas dos antigos funcionários. As onze escolas da prefeitura passam a três, e os subsídios de saúde para a terceira idade serão cortados, bem como os subsídios à economia. Os resultados previsíveis? O colapso, pois duvida-se que os habitantes da região resistam a este esforço conjugado com os cortes nos serviços públicos mais essenciais. Destaco este exemplo a pensar no caso português, onde as câmaras municipais se endividam alegremente para construírem estádios e estradas, ignorando os cortes orçamentais do governo. Noutros contextos, as sólidas políticas alicerçadas na mais clássica teoria económica de Jean Claude Trichet, o presidente do Banco Europeu, começam a estar sob ataque: a candidada à presidência francesa, Segolène Royal, já fez saber que pretende lutar por colocar o BCE sob alçada política. Uma ideia que se compreende, face às constantes subidas das taxas de juro de referência que o BCE arrogantemente considera baixas e ainda mais arrogantemente considera que o fará sem aviso, tudo em nome da establidade de preços e baixa inflação a longo prazo. Enquanto isso, a curto prazo os bancos obtéem lucros milionários e o cidadão comum, endividado, vê-se sobrecarregado com o preço das dívidas.

Não sendo economista, não me posso pronunciar sobre a sabedoria dos que tutelam os bancos centrais. Mas não deveria a economia servir para benefício da sociedade, isto é, para benefício de todos e não só de uma elite? Já sei, já sei, ideias antiquadas. Esta coisa da igualdade já passou de moda nestes tempos pós-modernos.