segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Dia 11

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O meu pai recorda-se perfeitamente de onde estava no dia 16/07/1969. O meu pai também se recorda perfeitamente de onde estava no dia 25/04/1974. Eu lembro-me com uma clareza cristalina de onde estava no dia 11 de setembro.

Os dias das memórias do meu pai são dias de esperança no futuro - no futuro de uma humanidade que, tímidamente, dá o seu primeiro passo noutro mundo, o seu primeiro passo fora do planeta em direcção às estrelas. Esperança no futuro de um país amordaçado por uma ditadura parola e decrépita.

A inacreditável visão dos aviões a embater contra as torres do World Trade Center, ícone da modernidade mundial, mudou-nos e mudou o mundo. Catalisou as visões de catástrofe numa visão de luta sem quartel com entidades obscuras que amaçam todo o nosso modo de vida. Após 11 de setembro o nosso mundo passou a ser um mundo de medo e desconfiança. As nossas liberdades, tão duramente conquistadas, são de bom grado postas de parte em nome da segurança e da luta contra um inimigo tentacular. Pior, nestes dias conturbados não vislumbramos esperança num futuro mais radioso.

O mundo do meu pai era um mundo de esperança no futuro. Pelo contrário, o meu mundo é um de medo e desconfiança. Paradoxalmente, com os avanços estrondosos da nossa ciência, nunca o futuro teve tantas ferramentas para ser construído. Mas as nossas visões são de desespero e desilusão.

E se assim continuarem a ser, então eles (os inimgos; os terroristas; os alienígenas; os outros; enfim, aqueles que nos provocam receio) venceram. Olhemos para o futuro; olhemos para as estrelas.