terça-feira, 8 de agosto de 2006

Leituras

BBC | How the web went world wide No dia seis de agosto de 1991 foram colocadas na Usenet as linhas de código que revolucionaram o mundo: o código-fonte do protocolo www, criado pelo investigador do CERN Tim Berners-Lee. Fascinados com a nova geografia virtual de blogs, sites comunitários e páginas de internet cheias de informação, video e música, esquecemo-nos frequentemente que a rede é mais do que a world wide web. Quem é que se lembra dos protocolos telnet, ou do protocolo gopher? A usenet ainda está muito activa, e o ftp ainda é um viável meio de transferência de ficheiros online. Mas foi o protocolo www que deu o grande empurrão, que permitiu a democratização da rede e que deu razões à maioria dos utilizadores para acederem à rede.

Correio da Manhã | Dois mil arguidos com pulseira em 2008 Por razões económicas, o governo planeia transferir quem cumpra penas de prisão de até dois anos ou esteja em liberdade condicional das cadeias para as ruas, equipados com a famosa pulseira electrónica que indica às autoridades a posição exacta do individuo de forma permanente. Por vezes, o nosso mundo ultrapassa os mais desvairados sonhos de ficção científica. A utilização destas pulseiras vai alterar a forma como vemos a justiça. Num futuro próximo, podemos imaginar um sistema judicial que condene os arguidos ou às clássicas penas de prisão ou às pulseiras. Ou se vai para o xilindró ver o sol aos quadradinhos ou se usa a pulseira. Mas, mais além: dependendo do crime, as pulseiras poderiam ter várias funcionalidades. Para crimes menores, bastaria a simples localização permanente. Para os arguidos de pé mais leve, a pulseira poderia incluir drogas paralisantes injectáveis sempre que o arguido ultrapassasse por poucos milímetros a àrea geográfica estabelecida. Para castigos mais acutilantes, a pulseira poderia debitar choques eléctricos em qualquer altura do dia, como forma de punir o arguido. Variante final: para culpados de crimes de burla ou de delitos económicos, a pena seria agravada - seria obrigatório que o condenado percorresse as rua, com a pulseira a enumerar bem alto as vigarices do condenado. Pensando melhor, não havia um filme de FC onde numa prisão os condenados tinham uma pulseira electrónica no pescoço (o termo técnico é coleira, eu sei) que explodia e arrancava a cabeça aos prisioneiros que ultrapassassem a àrea geografica da prisão?

Guardian | The global battle for ideas cannot be fought with guns A justiça e a democracia na ponta da espingarda é o tipo de coisa destinada a falhar. O mundo das ideias políticas que torneiam as decisões tomadas pelos poderosos está a bipolarizar-se: de um lado, uma grande potência que decai num fundamentalismo cristão, por outro lado uma região instável galvanizada pelo fundamentalismo islâmico. Não parece um futuro radioso. Os intervencionismos como a ocupação iraquiana ou o ataque israelita ao Líbano apenas conseguem exacerbar e radicalizar cada vez mais os intervenientes, desde os políticos norte-americanos e britânicos aos combatentes de rua. Temo que o rastilho do barril de pólvora que é o médio oriente esteja já bem aceso, e que as tentativas de o apagar estejam a ser feitas com fogo.