Guardian | Schools ban dictionary of slangs Uma associação de pais de inspiração cristã conseguiu banir uma série de livros considerados desapropriados das prateleiras das bibliotecas escolares da Carolina do norte. Entre as obras perniciosas agora definitivamente afastadas dos olhares incautos dos petizes encontram-se livros infantis e um dicionário de calão inglês, considerado inadequado por registar expressões indecorosas. Na calha para serem banidos estão trabalhos como The Colour Purple (o livro que inspirou o filme homónimo de Spielberg) ou obras de Toni Morrison, laureada com o prémio Nobel da literatura, por conterem linguagem menos apropriada. Outra obra banida foi um livro infantil sobre cuba que ofendeu por retratar a vida na ilha com expressões como os meninos cubanos também vão à escola como tu. Nem vou comentar as americanices, os fanatismos religiosos de minorias que se assumem como guardiãs morais que querem ditar os costumes de todos, nem as habituais ruminâncias sobre guerras culturais. Noto só que são coisas destas que acontecem quando se deixam os pais e encarregados de educação ditar sobre o que se passa nas escolas. Nós por cá não banimos livros. Banimos apenas as noções de excelência, esforço e ética do trabalho a favor de psicopedagogias falaciosas destinadas a evitar frustrações escolares maléficas que traumatizam os meninos queridos das suas mamãs.
(Li esta das frustrações escolares num relatório qualquer. Puro eduquês.)
Correio da Manhã | Cabo da GNR seduz jovens para a morte Psychokiller, que est-ce que c'est? Como bom tablóide que é, o Correio da Manhã está com manchetes fabulosas- Um serial killer à portuguesa. Esta notícia faz inveja a muitos filmes de série B. Os dados são bizarros: uma vilória do centro, um polícia amigo de todos com um lado secreto, imagens assustadoras encontradas na casa do assassino - fotografias de Salazar e João Paulo II a inspirarem a vaga de crimes. Já está apelidado o Serial-killer de Santa Comba Dão, o que soa sempre melhor do que Serial Killer de Freixo de Espada à Cinta ou de Albarraque. Imaginem os títulos: detenção sangrenta; patrulha assassina; o segredo tenebroso do agente; o cabo sem lei. É certo é que sempre que for parado por uma patrulha da GNR passarei a ter mais cuidado. Não quero ser eu a despertar o serial killer existente debaixo das fardas de um qualquer guarda mais insuspeito.
Antigamente dizia-se que para se ser GNR era preciso ter a quarta classe e bater na mulher. Nestes novos tempos, um bom slogan para convidar novos agentes poderia ser "Venha para a GNR e liberte o serial-killer que tem dentro de si.