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A minha escola termina o ano bem à maneira saloia, com a famosa Feira Saloia da escola da Venda do Pinheiro. Por óbvias razões de privacidade, não divulgarei aqui fotografias da feira, pois não tenho autorização para divulgar fotos com alunos - uma precaução aparentemente paranóica mas com razões de ser. Posso, sim, divulgar os trabalhos que a minha direcção de turma se extenuou a realizar para a feira. Tudo feito com baixo orçamento - as únicas aquisições foram tintas, vernizes e algum material de serralharia, e apostando na reciclagem - as pinturas foram realizadas sobre cartão, reaproveitando caixas, os objectos e os porta-chaves realizados em pasta de papel, reciclando muitos quilogramas de jornal, e as velas realizadas aproveitando-se copos de yogurte que se encheram de areia colorida. O pior impacto ambiental da actividade foi a areia que fui roubar à praia de Mil Regos.
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Como professor e director de turma, passei o ano a maldizer a feira pelo trabalho que me dá. Mas não me liguem - não passam de maldições catárticas, da boca para fora, porque o grande segredo é que me dá imenso gosto meter-me nestas actividades. Sim, é isto que me tira o sono e que me obriga a trabalhar desvairadamente. E sim, sinto que vale a pena. Sinto isso pelo sorriso das crianças.
Quando estiver menos cansado e com um pouco mais de tempo talvez vos ensine as receitas.