domingo, 7 de maio de 2006

Leituras

BBC | Hacker fears "UFO cover-up" Um hacker britânico condenado por entrar nos sistemas informáticos da NASA, do Pentágono e do Departamento de Defesa norte-americano atribui a sua condenação a... uma conspiração destinada a encobrir provas da existência de OVNIs, de contactos regulares com extra-terrestres e da existência de formas de energia revolucionárias. O hacker garante ter visto fotos e filmes de naves espaciais alienígenas nos sistemas informáticos da NASA. Não há nada como uma teoriazinha da conspiração para ruminar nas horas livres de um domingo. O que será que Mac Tonnies dirá sobre isto?

TSF | Combustíveis caros vieram para ficar O ministro da economia garantiu que os elevados preços dos combustíveis não são uma flutuação extraordinária mas antes um sinal da normalidade futura. Põe de parte, no entanto, qualquer intervenção estatal neste assunto - nomeadamente baixando o imposto sobre os combustíveis. Até se percebe. Para quê modificar uma situação perfeita? Quanto mais altos forem os preços dos combustíveis, mais lucram as petrolíferas, e mais lucra o estado com impostos. O português comum paga, paga, paga, e ainda volta a pagar. Refilar resume-se a uns resmungos quando se sai da gasolineira com a carteira muito mais leve.

Por outro lado, isto dos preços elevados do petróleo poderá ser coisa boa. A curto prazo não o é, como se comprova com a cada vez maior fatia do orçamento familiar dedicada ao abastecimento do depósito do automóvel. Mas a longo prazo, certamente que o será. Os preços elevados do petróleo estão a acabar com um dos pilares da vida contemporânea - a mobilidade ilimitada garantida pela equação automóvel com combustível barato. Esta corrente conjuntura económica vai obrigar-nos a repensar o nosso modo de vida. Não se trata aqui de acabar com o automóvel, mas sim de o adaptar. Certamente que o investimento em automóveis com menor consumo de combustível vai-se dinamizar; também o investimento em novas tecnologias automobilistas, como carros de motorização híbrida, a consumirem etanol, óleo ou hidrogénio ganhará um novo fôlego (em parte, o que impede o investimento nestas tecnologias são razões económicas - com a gasolina barata, não fazia sentido, económicamente, investir noutras tecnologias); finalmente, e aqui terá que vir o paradigma de mudança, a alta dos combustíveis obrigará a repensar o nosso urbanismo. O constante êxodo para subúrbios e exurbios distantes dos locais de trabalho e sem acessos por transporte público (ou com acessos limitados) começa a fazer pouco sentido. Esta é a ideia na qual se baseiam as políticas urbanistas que privilegiam os condomínios suburbanos servidos por uma cada vez maior rede de estradas que escoam o automóvel privado em direcção aos locais de trabalho. Mas esta suburbanização social só é possível com combustíveis baratos, uma variável que está cada vez mais incerta. Talvez os centros das grandes cidades se revitalizem, e deixem de ser espaços cada vez mais desertos, com edifícios ocupados por escritórios e um tecido urbano pobre, organizado em torno de centros comerciais e parques de estacionamento.

Spime era um vírus de linguagem que me andava a afectar, pensava eu. Sabem aquelas palavras que nos vêem à cabeça não se sabe bem porquê? Afinal, spime é um conceito - o conceito de um ojecto que pode ser refernciado através do espaço e do tempo ao longo da sua vida útil. O MIT tem um página dedicada aos spimes. O conceito foi criado por Bruce Sterling, escritor de Ficção Científica e guru do movimento Viridiano, que aborda e ecologia através do design. Uma definição possível é esta: "A Spime is a location-aware, environment-aware, self-logging, self-documenting, uniquely identified object that flings off data about itself and its environment in great quantities. A universe of Spimes is an informational universe".