
Por hoje, nada de vaidades pessoais com imagens saídas da minha mente. Já que pensamos em vaidades, deixo-vos a meditar nesta representação da Vaidade, uma Vanitas que nos relembra que a beleza fenece, o mundo passa e o tempo tudo transforma inexorávelmente. Reparem que a mulher desnuda, símbolo típico da vaidade de contornos luxuriosos, segura um relógio de sol - que simboliza o tempo que passa, e apoia-se numa caveira - que simboliza que se pode ser belo ou feio, rico ou pobre, mas o tempo na terra é finito e sempre termina. Vanitas vanitatum. As flores murcham, o céu enevoa-se, a beleza cobre-se de rugas e apodrece, pasto para os vermes que se alimentam nas campas. De autor desconhecido, sensívelmente do final da idade média.

Para completar, um detalhe do quadro As três idades da mulher e a morte de Hans Baldung (1484-1545). A beleza transforma-se inexorávelmente na fealdade cadavérica. O tempo passa, escoando-se como a areia se escoa na ampulheta.
Ideias invernais para um dia típico de inverno. O vento sopra violento e o mar ruge, indomável.