Sábado de manhã. Preparo-me para dar o meu contributo ao festim consumista que caracteriza a nossa sociedade. Vou dar um pulo a um dos verdadereiros centros culturais deste país ex-ruralizado, agora suburbanizado e rodeado de auto-estradas e sprawls recheados de condomínios. Vou ao centro comercial, trocar um produto inútil (um secador de cabelo com tomadas norte-americanas que me foi vendido cá neste nosso luso portugal) e indulgir-me num livrinho ou outro, enquanto a minha rapariga, com o natural encanto e propensão das mulheres para trapos bonitos e afins, indulgirá numa qualquer peça de roupa produzida a baixo custo na china e vendida a alto custo na europa.
O futuro, sonhei eu, era feito de arquitecura modernista enquadrada por carros voadores e aventuras no espaço sideral. O futuro, realidade em que vivo, é feito de betão despejado em moldes a imitar modelos arcaicos rodeados por estradas de quatro faixas em que a sede de aventuras, esmagada pelas pressões de uma vida amarrada ao trabalho e espartilhada por hipotecas aos bancos, se consome nos produtos de consumo expostos nos centros comerciais.
Por outro lado, o número de hits aqui no blog anda a rondar perigosamente os cinco mil. É um número engraçado, especialmente porque de acordo com o extreme tracking, a minha percentagem de hits tem em terceiro lugar o bubblegumfink.