Aproxima-se o domingo de eleições, e eu já decidi para quem vai o meu voto: para Francisco Louçã. É um dos mais polémicos candidatos, aquele que apresenta ideias mais passíveis de discordância. Eu, como bom contrário que sou, voto nele não porque ache que deva ser o próximo presidente da república ou por concordar com as suas ideias. Voto nele para apoiar e dar força àqueles que neste Portugal tranquilo se atrevem a agitar debates, a lançar polémicas e a lançar luz sobre as ideias que as elites políticas querem ver escondidas.
Neste país, em que os grandes partidos concordam amigavelmente em discordar publicamente das ideias e iniciativas com que concordam nos sanctus santorums dos partidos; em que a classe política é assumidamente composta por personalidades de segunda linha que se acotovelam sicofânticamente numa luta sôfrega por um poder que se resume na aquisição de privilégios, aqueles que se atrevem a discordar devem ser apoiados.