Há uns tempos, surgiu uma notícia alarmista acerca da possibilidade da criação de buracos negros em laboratório, com um artigo a especular que nos laboratórios de física de particulas ligados ao acelarador do fermilab já havia sido criado um, por acaso. São medos directamente relacionados com a progressão até ao mais ínfimo que caracteriza a física de partículas, sempre interessada em construir maiores e mais precisas máquinas para perscrutar os segredos que se escondem nos níveis sub-atómicos da nossa realidade. Perante isto, parece possível e provável que no decorrer de uma experiência num dos novos e poderosos acelaradores de partículas (essencialmente canhões gigantes de forma anelar que aceleram partículas elementares a velocidades lumínicas e analisam os destroços das colisões entre as partículas acelaradas) se gere um buraco negro.
Se não me falha a física, um buraco negro também é conhecido como uma singularidade: uma região do espaço-tempo onde todas as forças comprimem a matéria num único ponto. O que está para lá dos buracos negros é mera conjectura. Pode ser um wormhole para outros universos, pode ser um túnel no tecido do espaço-tempo do nosso universo. Sabemos apenas que existem.
A cosmologia aceita que o ponto de criação do nosso univero, há 15 biliões de anos, foi o chamado Big Bang, o momento em que uma singularidade "explodiu", expandindo-se e com essa expansão formando o nosso universo.
Se juntarmos duas ideias, ficamos com uma idea nova, e por vezes fascinante. Se juntarmos a possibilidade de criar buracos-negros em laboratório, quer acidentalmente quer intencionalmente, à ideia de que uma singularidade pode gerar um universo, temos a fascinante ideia de que podemos gerar universos em laboratório. E daí parte outra ideia: será o nosso universo o resultado de uma experiência científica de um outro universo?
Para colocar a cabeça a andar à roda, podemos começar a pensar que o nosso universo é o resultado de uma experiência num outro universo que é o resultado de uma experiência num outro universo, e assim por diante, ad infinitum. Esta é uma ideia simpática, a arquivar junto à teoria da multitude de universos paralelos, um número infinitamente grande mas não infinito de universos que se auto-gerariam a partir de qualquer escolha feita num universo, ideia visualizável como uma àrvore que se subdivide continuamente numa míriade de ramos, mesmo ao lado da teoria dos universos holográficos.
Ficção científica, dizem os caros leitores? vão lendo a Scientific American, ou as obras de divulgação científica escritos por físicos teóricos de renome, como Stephen Hawking ou Michiu Kaku. Para a ideia de picoverso, leiam o romance de ficção científica escrito por Robert Metzger, um físico norte-americano, que me anda a deixar a cabeça a andar à roda com singularidades e plasmas.