sábado, 31 de dezembro de 2005
Feliz Ano Novo
Para terminar o ano, a imagem do dia é um desenho de 1993, dos tempos em que eu ainda acreditava na materialidade da realidade. O final de ano é sempre uma altura de nostalgia e reflexão sobre os dias passados, à mistura com a celebração satúrnica dos dias que virão. Ou, posto de outra maneira: se te lembras de como é que entraste no ano novo, é porque não entraste bem. Um espírito que deixo patente num cartoon de Peter Kuper que coloquei no outro blog: Vício das Imagens | Feliz Ano Novo. Vão lá ver. Garanto que se vão rir. E garanto que algo semelhante já aconteceu a todos vós. De certeza absoluta.
Se bem que 2006 entrará atrasado. Pelo menos de acordo com esta notícia do Correio da Manhã: 2006 atrasa-se um segundo: Certeza de que está em 2006, só depois de contar duas vezes: dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um... e mais um
As comemorações da passagem-de-ano vão demorar mais um segundo. Quando forem 23h59m59s, o ano não acabou. É necessário repetir novamente o segundo 59. Só depois começa 2006.". Estou a ver que 2006 vai ser um ano à maneira.
Como último link do ano, deixo um para um artigo de opinião de Polly Toynbee: The Guardian | Let's celebrate the utter bloody goodness of the world today . Fiquem com esta citação: "Decadence is an empty word, an emotional spasm over a feared falling away from some better era. A Latin word, the Romans felt themselves in perpetual decline from their own mythical beginnings. Plato bemoaned decline long before that. Drop into history anywhere and find this fear that people were once more civil and more civilised, usually at some time set just beyond living memory. In 1431 Christine de Pisan complained about the decline in manners in The City of Ladies. American universities teach a course in "the rise in the culture of American rudeness". This fear of things forever getting worse is irrational: for how can it always have been true? Since when, exactly?" Se anda tudo tão mau e decadente, porque é que nunca estivemos tão bem? Uma mensagem de optimismo para começar bem o novo ano, a desmistificar aqueles que dizem que quanto mais progredimos pior ficamos. Uma desmistificação que eu partilho inteiramente.
Sem mais delongas, feliz ano novo a todos, e não se esqueçam de saudar bem o novo ano, da maneira que melhor vos aprouver. Até para o ano!