segunda-feira, 21 de novembro de 2005
Robert Williams
Bastardizing Of The Autonomy Of “Person, Place And Thing”
Vício das Imagens | Robert Williams
Apesar do surrealismo inerente à obra, a estrutura compositiva dos quadros é muito rigorosa, obedecendo aos princípios de composição plástica definidos no renascimento. Por detrás das figuras aberrantes e distorcidas, encontramos as mesmas estruturas geométricas subjacentes a toda a arte representativa. A ordem de organização das figuras condiciona a nossa forma de ver o quadro. O olhar centra-se sobre a cabeça desarticulada e é levado em direcção à boca
Centra-se no corpo, e volta a subir seguindo o vector do cano da arma. A garagem agarra o olhar, quebrando a circularidade e remetendo-nos à horizontalidade.
A sugestão de cenário artificial sublinha a artificialidade cultural patente na obra de Williams. A sua disposição, em arcos nos cantos da composição, volta a remeter o olhar ao círculo. Williams utiliza a clássica regra dos dois terços para organizar o espaço da paisagem – em dois terços do quadro representa o céu. O restante terço do espaço compositivo é ocupado pela terra, e é a zona do quadro que apresenta maior peso visual.