terça-feira, 8 de novembro de 2005

Fio do Horizonte


Depois de um inverno seco e um verão sem gota de àgua, este inverno promete. Aqui pela Ericeira está uma tarde de tempestade, com aguaceiros fortes a cairem de um céu cinzento pesado. O dia está soturno, molhado, as ruas cobrem-se com a àgua que escorre. As pesadas nuvens cinzentas tapam o sol. Está uma tarde triste, fria e escura. Uma tarde perfeita, em que o ar melancólico do dia nos obriga a aproveitar os aconchegos dos nossos lares. Está uma tarde perfeita para a conjugação de um bom filme com um bom sofá e uma boa lareira. E seria aí que eu estaria a passar a tarde deste meu dia se folga, se não fosse por uma danada de uma acta com cinco páginas manuscritas que ainda tenho de passar. E traduzir a minha letra, por vezes orgulhosamente ilegível.

Olho pela janela e vejo os padrões descritos pelas linhas formadas pelo choque das pesadas gotas de chuva contra o vidro. Cai a noite, fria e implacável.