sexta-feira, 4 de novembro de 2005

End

Final de mais uma longa semana (o feriado não conta). Só apetece ouvir Eric Satie até rebentar de nostalgia. Depois, pegar num livrinho de Arthur Machen, ou J. G. Ballard, e fazer o que resta do cérebro rebentar de surrealismo. Assim purificado das agruras da ténue banalidade da vida quotidiana, pronto me encontro para passar mais um fim de semana a explorar os limites internos das fronteiras da imaginação humana. Talvez me dedique a reler Ubik, de Philip K. Dick, autor que vós, amáveis amantes do cinema, poderão reconhecer como o autor original dos livros em que se basearam filmes como Minority Report, Total Recall e o inimitável filme da minha vida, Blade Runner (baseado no livro com o impressionante título de Sonharão os Andróides com Carneiros Eléctricos?).

Dick sempre teve algum azar com as adaptações para cinema das suas obras. Apenas Ridley Scott, embora alterando todo o espírito do livro, logrou realizar um filme à altura da prosa de Dick. Ao contrário de Paul Verhoeven, o magarefe que desmembrou We'll Remember It For You Wholesale, com um Scharwznegger à solta no planeta Marte de Total Recall (o tipo de filme que nos enche de pena pelo celulóide que foi desperdiçado na sua gravação).

Noutro registo, aguardo ansiosamente a Sketchbook, nova revista de B.D. portuguesa. E um recado para a editora Devir: o que é que aconteceu à Metal Hurlant e à Comix?