Resolução do Conselho de Ministros que aprova medidas de incentivo à utilização de veículos e tecnologias menos poluentes
Pessoalmente, sou todo a favor de medidas pró-ambiente, que estimulem a protecção ambiental e que tentem resolver o problema criado pelo automóvel, esse vício indispensável e insustentável das sociedades modernas. De maneira que fico contente quando ouço rumores de novas políticas em portugal que valorizem a utilização de veículos menos poluentes. Na minha inocência, até pensarei que essas medidas poderiam incluir incentivos à compra de veículos híbridos ou movidos a energias alternativas. Mas a realidade portuguesa não é bem assim. É uma realidade de caça-níqueis.
Qual foi a medida que o governo acha bem tomar para, nas palavras deles, "a melhoria das condições ambientais, nomeadamente pelo combate às alterações climáticas"? Aumentar o imposto automóvel.
Porque é que será que no país com mais baixos salários e os mais altos preços da União Europeia, qualquer medida governamental implica sempre um aumento de impostos?
Entre adquirir um veículo a gasóleo, por cerca de 18 mil euros, e um híbrido, menos poluente e mais eficiente, mas que custa de 26 mil para cima (os mais baratos) será que o imposto vai fazer assim tanta diferença?
O que vale é que neste país as classes médias parecem ter bolsos sem fundo, capazes de pagar impostos cada vez mais altos, preços cada vez mais altos, e obrigações financeiras inescapáveis (como os seguros automóveis, uma àrea da economia notável pela sua imoralidade).
Ainda me resta perseguir o pensamento fugidio de que só quem tem dinheiro para aplicar em energias alternativas para a casa e para o carro é que consegue poupar na factura e não poluir. Os restantes, pronto, resignam-se e abrem os cordões à bolsa.