Ao vivo no Casino do Estoril
The Gift | Site Oficial
Ontem à noite, em mais um concerto no casino do Estoril, percebi que os The Gift são uma banda técnicamente perfeita. O som e a postura em palco demonstravam muito cuidado e muito trabalho de aperfeiçoamento sonoro por parte da banda. Apesar de tocadas ao vivo, as músicas da banda soavam de forma quase igual às gravações em disco.
O problema com as bandas técnicamente perfeitas é que perdem aquela vitalidade imperfeita que faz um bom concerto. No campo da música clássica, em que as sonoridades das orquestras estão tão limpas e aperfeiçoadas que se torna difícil distinguir exactamente que orquestra sinfónica está a interpretar uma determinada peça, há vozes que indicam que este aperfeiçoamento afasta os ouvintes da música. A música é uma entidade viva, vibrante, e as imperfeições do momento apenas contribuem para a impetuosidade que caracteriza um bom concerto.
Isto ajuda a perceber porque é que o concerto foi tão morno. Apesar da qualidade do som da banda, o mais excitante no concerto foi a sinfonia de máquinas de jogo e o jogo de imagens das mesinhas de pano verde. Muito perfeitinha a tocar, a banda apenas cativou aqueles que já são fãs dos The Gift. Pessoalmente, espereva algo mais vibrante da parte da banda mais independente e diy do panorama musical português.
(nota: diy são as iniciais de do it yourself, filosofia popularizada pela onda punk dos anos 70.)