quarta-feira, 6 de julho de 2005

Post Script


Travessa das Gaivotas

Mais um dia solarengo e ventoso aqui pelas bandas da ericeira. Com ênfase no ventoso. De há uns dias para cá, o vento é tão forte que parece que o diabo anda à solta por estas bandas. Pois é. Benvindos à Ericeira e ao seu especial micro-clima. Nestes dias, surpreendo-me como é que os turistas ainda não deram pelo embuste que é o turismo ericeirense. Paraíso balnear de praias rochosas, àguas geladas e verões frios, ventosos e chuvosos. Um pouco como o famoso clima inglês. Mas os turistas continuam a vir, de enxurrada, prontos as desfrutar as delícias da vila, e a refrescarem-se nas àguas geladas batidas pelo vento.

Os dias tranquilos estão aí. Dias lãnzeiros com pouco trabalho, e o que há vai-se fazendo. So tenho a agradecer à velha sociedade a calendarização do ano escolar, com quase três meses de férias no verão.

Para que serve tanto tempo? Hoje, serve para os professores recuperarem os sentidos e a capacidade cerebral, e serve para pôr os pais em estados avançados de colapso nervoso, com tanto tempo que são obrigados a suportar os filhos. E nos velhos tempos? Os três meses de férias eram uma pausa necessária na era pré-industrial, em que o calendário agrícola tudo regia. Os três meses de estio eram os meses das colheitas para o inverno, e o trabalho nos campos sobrepunha-se ao trabalho nas carteiras da escola.

Ah, bendita agricultura!