segunda-feira, 25 de julho de 2005

Asilo de São Bento

As notícias e os comentadores políticos falam à boca cheia de Mário Soares como candidato à presidência da república. Os jornais já o anunciam, com direito a letra de corpo bem grande na primeira página, como candidato certo. Sendo eu o apolítico distraído que sou, ainda não me dei ao trabalho de averiguar a veracidade da ideia. Mas uma coisa é certa: todos os humoristas e cartoonistas deste país só têm a ganhar com Soares novamente na presidência. Ponham-se lá na pele deles: sempre que faltar assunto para criticar, podem sempre recorrer a piadas do tipo asilo de s. bento, presidência esclerosada da república, regresso do morto-vivo, brigada do reumático contra-ataca, o regresso de muletas dos capitães de abril, e outras que tais.

Sinceramente.

Eu inclino-me à esquera, que isto os ventos de direita são muito incertos. Mas será que a esquerda portuguesa não tem melhor para a representar do que um típico reformado (ou pior, um poeta que eu francamente espero que seja melhor deputado do que poeta, a bem das nossas leis)? O meu voto vai à esquerda, mas nunca no Sr. Soares. Ele que se deixe estar na sua dourada reforma, gozando da estima do povo português (merecida), e não se ponha com senilidades presidenciais. Um presidente que me represente jamais poderá ser um caquético esclerosado. O que este país precisa é de sangue novo, ideias novas. Não quero com isto tirar méritos a Soares, mas sim sinalizar que sou um português farto do triste fado da saudade.

Estamos no século XXI, temos de agir como tal.