Finalmente, após um interregno de alguns meses, pude vaguear pelas salas da Fnac com algum dinheiro para lá deixar. Não fiquei muito surpreendido pelas novidades literárias - ainda se publicam dezenas de livros sobre conspirações histórico-esotéricas à là Código Da Vinci; nada de novo nas minhas adoradas edições de livros de arte da Thames and Hudson; literaturas, só reparei na profusão de romances históricos, no livro da rititi (inspirado no blog com o mesmo nome) e na última obra de Umberto Eco, uma edição que me anda a perseguir, a tentar uma compra e uma leitura. Lá iremos. De ficção científica, nada de novo, o que me deixou desolado. Durante ano e meio, a Presença, a Asa e a Europa América pareceram reforçar a aposta neste género esquecido, mas por agora parece que a aposta esmoreceu. A literatura fantástica, na Fnac, tem direito a uma parede repleta de Stephen Kings, Anne Rices e Tolkien, mas quem gosta de FC tem de se curvar para rebuscar entre os títulos de sempre numas prateleirinhas esquecidas. Mas pelo menos, na Fnac, há uma àrea dedicada à Ficção Científica. Já é uma conquista...
Em BD, novos lançamentos da Devir. O novíssimo livro de José Carlos Fernandes, com uma capa a evocar kafka e uma técnica de bd inovadora; quatro volumes da série Sin City, de Frank Miller - a aproveitar a estreia do filme; o segundo volume da Liga dos Cavlheiros Extraordinários, magistralmente escrito por Alan Moore e ilustrado por Kevin Moore, às voltas literárias com uma recriação da guerra dos mundos de H. G. Wells, onde o Mr. Toad do livro Wind in the Willows é uma das criaturas antropomórficas do Dr. Moreau (o Wind in the Willows - Vento nos Salgueiros é um dos mais belos livros infantis que já li); e, finalmente, a edição em língua portuguesa de histórias do mais fascinante anti-herói da BD fantástica: John Constantine, ex personagem de apoio ao monstro do pântano quando este era escrito por Alan Moore, o cínico vagabundo do fantástico, sósia de Sting, em John Constantine: Ruas de Londres, um livro recheado de bem escritas histórias de horror.
Zeros ao ataque!
Outros vícios: o clássico filme de guerra Tora!Tora!Tora! que recria o ataque a pearl harbour misturando os pontos de vista americano e nipónico, e com algumas das mais belas cenas de combate aéreo entre Zeros e P-40s jamais filmados (neste aspecto, quase tão bom quanto o Battle of Britain) e a clássica adaptação da Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, produzida por George Pal nos anos 50, e tantas vezes imitada. Mais em The Complete War of the Worlds Website.
Para trás ficaram O Poço e o Pêndulo, o super-clássico de série B, com um inspirado Vincent Price a adaptar Edgar Allan Poe, e o divertido Bíblia de Satanás, a homenagem de John Carpenter a H.P. Lovecraft. Mas o subsídio de férias não chega para tudo...
