terça-feira, 14 de junho de 2005

Vícios

Tradewinds



Warfare Incorporated


FreeJongg


Para além das imagens, outros vícios. Felizmente, os jogos de computador deixaram de ser coisa de putos pequenos e transformaram-se em coisa de putos crescidos. Posso assim gabar-me de três vícios que me gastam algum tempo e electrões da bateria do palm: Astraware Tradewinds, um jogo de estratégia comercial onde se assume o papel de um taipan a tentar enriquecer com o comércio da àsia do século XIX (perdi muitas horas a jogar um jogo similar, Taipan, no meu velhinho m105); Warfare Incorporated, um rts do mesmo estilo do Starcraft, com gestão de recursos e de unidades em tempo real num cenário futurista; Freejongg, uma implementação gratuita de um dos jogos mais clássicos para palms - o Mahjongg. E para perder ainda mais horas com o Warfare Incorporated, Warfare Incorporated | Mission Packs.

Kyle's Quest


Durante anos, os ecrãs monocromáticos dos palm só nos permitiam jogar jogos visualmente muito simples, o que não impediu experiências interessantes - basta pensar no Kyle´s Quest. Era a época do triunfo dos jogos de cartas, jogos de estratégia do tipo GoMoku ou quatro em linha e variantes do Mahjongg. Correntemente, as capacidades gráficas, a memória e os ecrãs policromáticos dos palms permitem jogos mais arrojados. Só é pena que as baterias não se aguentem... quatro ou cinco horas de jogo, e fica limpa. Mas também, para quê ficar a jogar quatro horas seguidas?

Outro vício: a National Geographic História. Já lia regularmente a National Geographic antes de ser publicada em edição portuguesa. De espanha, vem esta História, sempre cheia de artigos interessantíssimos e com a qualidade gráfica que se associa à NG. Pena é que esteja em espanhol...

Na onda de óbitos que varreu este fim de semana, uma figura cultural: o poeta Eugénio de Andrade. Que eu, com a minha aversão às letras lusas, nunca li. Por vezes sinto-me culpado por não conhecer a literatura portuguesa, eu que tanto leio. Mas sendo outros os meus interesses, felizmente que as culturas não são monolíticas. Dedico-me às minhas obsessões, sabendo que a maioria se dedica aquilo que menos me interessa. Se todos lessem os mesmo livros, tivessem as mesmas ideias e interesses, este mundo seria muito entediante.

Em memória de Eugénio de Andrade, o poema
Surdo, Subterrâneo Rio

Surdo, subterrâneo rio de palavras
me corre lento pelo corpo todo;
amor sem margens onde a lua rompe
e nimba de luar o próprio lodo.


Correr do tempo ou só rumor do frio
onde o amor se perde e a razão de amar
--- surdo, subterrâneo, impiedoso rio,
para onde vais, sem eu poder ficar?


E, por falar em Vício das Imagens, uma galeria de capas de revistas de BD de terrorEerie Magazine; e para o pintor frustrado que há em mim, este novo site, Practical Painting.