domingo, 29 de maio de 2005

Wind from Nowhere

Desenho


Um dos últimos livros de J. G. Ballard que li foi o Wind from Nowhere, um dos seus romances catastróficos onde as forças da natureza, à solta para a destruição dos artefactos da civilização, espelham o que vai na alma humana (outros livros semelhantes são o Highrise, The Crystal World e The Drowned World). No livro, a civilização encontra-se sobre o "ataque" indiscriminado do vento - um vento que começa levezinho, insidioso, e que em poucas semanas leva ao abandono da superfície terrestre - excepto por um bando de resistentes, que tenta construir uma pirâmide de betão e aço, capaz de resistir à força destrutiva do vento. Só com a morte do líder deste grupo obsessivo e determinado é que o vento que devasta o mundo amaina.

A razão deste devaneio? O vento, hoje, é rei e senhor da Ericeira, vergando as àrvores e fazendo tremer portas e janelas. Na verdade, está uma daquelas ventanias valentes, dignas de dias mais tempestuosos do que aquele que na verdade hoje está.

Mas o vento pouco me incomoda. Tenho estado às voltas com alterações ao blog. Alterei a minha fotografia (sim, estou a arder de ideias...) e coloquei aquele logo no topo da página. O logo está um bocado farsola; aquela mistura de robots (a mulher-robot do filme Metropolis, de Fritz Lang, para ser mais exacto), com um dos meus desenhos de linha e o pôr do sol, conjugado com o electricismo das letras, faz lembrar qualquer coisa de surf, praias e verões. Tem algo a ver com a ericeira, mas não comigo.

Next: mais trabalho - o arraial do agrupamento da ericeira está aí à porta: dia nove de junho, nos terrenos da escola do primeiro ciclo da ericeira (ao pé dos correios). Tenho uma série de trabalhos para mostrar - as maquetes da escola utópica do 5ºD, o teatrinho O Príncipezinho, que os alunos do 5ºD estão tão entusiasmados a preparar, umas dramatizações feitas pela minha direcção de turma (nada de especial, mas enfim...) e aquelas peças multimédia, os peixes em papier-maché conjugados com as placas pintadas com animais marinhos e as silhuetas de animais marinhos a montar de forma inventiva desenvolvidos pelos meus outros quintos anos (o A, o B e o C). O que vale é que dia 10 é feriado.

Nota final: são revoltantes, algumas das medidas de combate ao défice. O congelamento das nossas carreiras e o aumento de impostos são altamente prejudiciais à nossa já tão diminuta carteira. E agora mais duas novinhas, só para nós, professores: o fim dos horários zero em pré-reforma (injusto; um professor a um ano de se reformar está sériamente danificado no cérebro) e uma redução nos destacamentos para sindicatos (justo: não são assim tantos quanto isso, mas é um sinal de moralização. A quantidade de sindicatos de professores existentes leva-me a desconfiar das reais razões para a sua existência, desconficanças aprofundadas quando alguns colegas que conheço, dirigentes sindicais, apenas o fizeram para evitar dar aulas - geralmente pela clássica razão das colocações distantes de casa).

Dinheiro? Só daquele virtual, mesmo.