quarta-feira, 27 de abril de 2005

Teatro

A minha turminha favorita está fascinada com a ideia de representar O Príncipezinho numa peça de teatro. Devoram os papéis com o guião, treinam até à exaustão (do professor, não deles...) e, ao fim de duas aulas de "ensaios", já começam a entrar nos papeis com trejeitos vocais e representações rudimentares. É fascinante ver o interesse que leva os miúdos a empenharem-se neste trabalho.

Claro, há sempre alguns que não conseguem. Nessa turma tenho dois disléxicos a quem é impensável dar um papel. Eles não conseguem ler, o que inviabiliza a memorização. Mas isso não significa que não participem. Vou ver o que é que se arranja.

Depois, há aqueles que são irremediávelmente tímidos. Não os vou forçar a ir contra a natureza deles. Bem sei, por experiência própria, o difícil que é expormo-nos à frente de uma plateia.

E, com uma nota de tristeza, há aqueles que gostariam imenso de serem escolhidos, mas não conseguem. Ainda há pouco detectei uma lagriminha no canto do olho de uma aluna. Também tenho de arranjar algo para eles dizerem. Não posso desprezar sem mais nem menos alunos que estão motivadíssimos.

E agora só resta o resto do trabalho. Ensaiar. Construir os adereços. Ensaiar.

Espero que no dia da apresentação eu não me veja obrigado a fugir, com medo de algum desastre...