quinta-feira, 24 de março de 2005

Roma


Dados do filme na IMDB

Comprei recentemente no sítio do vício (a FNAC, que outro sítio poderia ser) por um preço muito acessível o filme Roma de Fellini. Não o conhecia. De Fellini, conheço (e adoro) o Amarcord e o La Dolce Vita. E estou a desesperar por ver o 8 e 1/2. Arrisquei, e não me decepcionei. O filme é uma homenagem a Roma, um trabalho de amor de um realizador em fase surrealista. A narrativa é não linear, o filme funciona como uma colagem de imagens justapostas cujo sentido é prestar homenagem à vitalidade de uma cidade milenária, velhinha mas ainda vibrante. É uma roma de gentes vivas, prostitutas, pequenos arruaceiros, bombardeamentos, desfiles fascistas, motoqueiros, hippies, escritores e crianças. O filme desenrola-se entre restaurantes ao ar livre, teatros burlescos, bordeis, obras, vias rápidas e ruas, muitas ruas cheias de vitalidade. É um olhar nostalgico a uma roma de todos os tempos.



A cena que mais me fascinou foi a descoberta de pinturas da época romana durante obras no metro de roma. Após dois mil anos soterradas, as cores estavam vibrantes, como se pintadas recentemente. Mas para o horror dos que entraram nas ruínas da casa moderna, a exposição ao ar degradou as milenares pinturas em poucos minutos. É assim que passa o tempo, inclemente com o legado da humanidade.



E também esta bizarríssima cena de um desfile de moda eclesiástica, com o grande final a lembrar roma como a cidade das ilusões, da grandeza, dos papas, da religião, do tempo fugidio.