domingo, 16 de janeiro de 2005

Controlo Remoto

The Age of Egocasting

Ensaio de Christine Rosen na revista The New Atlantis


A história dos controles remotos - desde os “Remot-O-Matic” e “Tun-O-Magic” com fios dos anos 50 aos aparelhos inteligentes do século XXI. A criança que apontou o controle remoto para a lareira e, carregando nos botões, exigiu "acende-te". A revolução nos hábitos de consumo televisivo, desde a passividade perante os programas de televisão até ao zapping - o controle da programação pelos telespectadores (cada vez menos espectadores, cada vez mais tele, sem fios).
Umberto Eco apontou que o controlo remoto pode transformar uma televisão num Picasso.
Graças às maravilhas da tecnologia digital, hoje temos o TiVO (não em portugal) e o ipod. O tivo é um gravador de vídeo digital capaz de gravar horas e horas de televisão, saltando os anúncios, e, maravilha das maravilhas, faz pausas e replays a emissões de televisão. O ipod, bem, é o leitor de mp3.
O que há de comum, e especial, nestes dispositivos? A liberdade de escolha, livre dos constrangimentos das programações e estilos musicais. A liberdade de alternar entre Bach, Metallica, jazz e pop, com um clique. As nossas escolhas individuais, sempre à disposição dos nossos caprichos. Mas também nos trazem um grande risco de isolamento dentro da nossa cúpula cultural individual.

A questão é saber se o uso destes objectos tecnológicos propiciarão uma maior diversidade de experiências e ideias culturais, ou, pelo contrário, criarão audiências isoladas, incapazes de quebrarem as barreiras invisíveis criadas pelos seus casulos culturais?

Está nas nossas mãos utilizar as maravilhas das tecnologias digitais da melhor maneira possível. Podemos potenciar um individualismo criativo,ou um individualismo tacanho.