terça-feira, 30 de junho de 2009

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Daily weirdness.

Germany's Secret Weapons in World War II



Google Books | Germany's Secret Weapons in World War II

Roger Ford (2000). Germany's Secret Weapons in World War II. Londres: Amber Books

É matéria para lendas e suposições sobre alternativas históricas. A genialidade da engenharia alemã, aliada à mentalidade militarista do regime nazi que não hesitou em disponibilizar recursos preciosos para os mais inverosímeis projectos, colocou no terreno tecnologias de armamento mais avançadas do que as disponíveis na altura. Tão avançadas que nalguns casos ainda hoje são tecnologias de ponta.

Este livro sintetiza algumas das mais bem sucedidas tecnologias militares de ponta, desde a aeronáutica aos submarinos. Detalha pormenores de projectos que produziram os primeiros aviões operacionais de combate a jacto cuja investigação aerodinâmica ainda influencia a aeronáutica, do desenvolvimento de mísseis balísticos que estão na génese directa e bem conhecida da exploração espacial, ou os avanços em tecnologia de foguetões. Estas são as faces mais visíveis de programas que produziram toques de génio como os Messerchmidt Me262 ou os mísseis V2, ou projectos inúteis como os de super-canhões de calibre gargantuesco ou super-tanques de grandes dimensões cuja magnificência não os livravra da vulnerabilidade no campo de batalha. Entre as tecnologias desenvolvidas encontramos também os primeiros mísseis teleguiados (inclusive com um incipiente sistema de guia televisivo).

O principal destaque vai para as aeronaves, onde a engenharia alemã mais se destacou. Para além dos projectos já conhecidos de aeronaves a jacto e aeronaves propulsionadas por foguetes, o livro destaca os projectos de asas voadoras dos irmãos Horten, em particular o Horten Ho IX, "redescoberto" nos anos 80 pelos engenheiros da Northrop que criaram o bombardeiro furtivo B-2 Spirit.

Felizmente, estas armas avançadas para a época não foram suficientes nem chegaram a tempo de virar a maré da guerra. Ficam para história como um momento de brilhantismo tecnológico no seio da loucura nazi.

Civilização

Civilization by Marco Brambilla from CRUSH on Vimeo.



Um estonteante trabalho de video arte da autoria de Marco Brambilla. Uma viagem das profundezas infernais até aos céus, em ritmo de sobrecarga visual ao som da Sagração da Primaver, essa quase centenária obra que soa ainda tão revolucionária. Brilhante.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

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Encontrado.

Leituras

Boing Boing | Lenovo expanding Del and Esc keys, nuking Caps Lock Faz sentido. O redesign dos teclados da lenovo, levado a cabo após um estudo sobre as teclas mais utilizadas pelos utilizadores, aumenta o tamanho das teclas esc e delete (por experiência própria, das mais utilizadas) e estão a considerar eliminar a tecla caps lock. Possivelmente a tecla menos desgastada do meu teclado... esta experiência da Lenovo mostra até que ponto nos habituamos a interfaces mesmo que não sejam os mais eficazes. Algo que a esmagadora maioria dos utilizadores de telemóveis, alguns com interfaces que parecem desenhados para não serem utilizados, sente intuitivamente.

io9 | Two Augmented Reality Technologies That Are About To Change The World A combinação do virtual com a tecnologia móvel está a convergir em aplicações práticas do conceito de realidade aumentada: uma camada de dados, acessível através de dispositivos móveis, que se sobrepõe ao real tangível.

Boing Boing | Comics creator stopped by TSA for carrying script about writer under suspicion by TSA Nunca mais chega o segundo número do The Unthinkable, cujo autor parece ter problemas rotineiros com as autoridades americanas por causa do seu comic ficcional em que as liberdades e direitos individuais são postos de lado sob justificação de combate a ameaças terroristas.

Gizmodo | Sony Finally Achieves the Unholy Grail: A $2,000 Netbook Eu até sou fã dos vaios - melhor ecrã do mercado, ponto final, o que conta quando se trabalha (ou pretende trabalhar) com imagem, embora a taxa de acesso ao disco seja o preciso inverso do ecrã. Parece é que a Sony não compreendeu bem o conceito de netbook - supostamente uma máquina de baixo custo com performance mediana.

Gizmodo | McCain Wants Predators to Provide Wi-Fi for Iranians Ideia curiosa da semana: utilizar UAVs predator, conhecidos pela sua utilização como aeronaves armadas comandadas à distância, para cobrir o Irão com uma rede sem fios. Ideia simpática.

Gizmodo | India's Chili Grenades Will Be Five Alarm Firepower E na categoria isto cheira a quê, cientistas indianos estão a desenvolver uma granada não-letal a partir de uma das mais potentes variantes de malagueta. O que torna a ideia de controlo de multidões em algo decididamente culinário.

domingo, 28 de junho de 2009

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Um bocadinho de chuva em pleno junho nunca fez mal a lisboa.

Vícios



Leitura de sábado: a Science et Vie Hors Série Special Aviation 2009. Conclusões rápidas:
- na aviação civil, o mercado dos aviões de grande capacidade é dominado em exclusivo pela Boeing e pela Airbus, que disputam a liderança no terreno numa dança cara e complexa. Outras seis empresas - Canadair, Embraer, Sukhoi, ARC e Mitsubishi, competem pelo mercado dos jactos intermédios, ditos regionais, destacando-se a brasileira Embraer pela liderança do mercado.
- na aviação militar, assistimos aos primeiros tempos de uma mudança fundamental de paradigma. O avião de caça, pilotado pela élite dos pilotos e a aeronave militar de maior prestígio, tem os dias contados. Um caça de combate moderno é uma máquina super sofisticada, altamente complexa e cara. A força aérea americana, por exemplo, não coloca a sua aeronave mais avançada, o fenomenal F-22, no terreno com medo de possíveis perdas. O patamar de desenvolvimento de um novo avião de combate é muito elevado. A alternativa - aviões autónomos sem piloto, controlados a partir de bases que podem estar a milhares de quilómetros do teatro de operações, impõe-se no terreno. A utilização de UAVs para reconhecimento é já normal e o salto lógico - aviões pilotados de combate, já foi dado. Os modelos mais avançados destas máquinas são quase totalmente autónomos, robots armados até aos dentes que patrulham os ares em busca de alvos de ocasião (as decisões de disparo não são automáticas... por enquanto). Os UAVs de combate propostos, caso do europeu Neuron, são sonhos futuristas concretizáveis a curto prazo.
- novas tecnologias: o conceito de helicóptero redefine-se enquanto os principais construtures procuram formas de ultrapassar a barreira dos 400 km/h. O investimento em tecnologias limpas é uma realidade: as motorizações de pequenos aviões começam a ser exclusivamente eléctricas, experiências com biocombustíveis prometem menor dependência do petróleo, a aerodinâmica, motorizações e materiais utilizados na construção de aviões são afinados para melhorar velocidades, aumentar o conforto e diminuir o consumo energético.

Se o fim do caça pilotado de combate se verificar, é verdadeiramente um fim de uma era, a era dos cavaleiros do ar, que se digladiavam em duelos cavalheirescos nos céus com as suas máquinas elegantes. A era dos ases, dos tão poucos aos quais tantos ficaram a dever, parece deslocar-se inexoravelmente na mesma direcção em que se deslocou o cavaleiro com a sua armadura metálica - para uma recordação histórica.

sábado, 27 de junho de 2009

Pautas

As pautas de avaliação do 3º período do Agrupamento de Escolas da Venda do Pinheiro já estão online na página Pautas de Avaliação. A esta hora cem por cento dos interessados já devem ter dado conta...

Ainda não é uma base de dados pesquisável. Agradeço aos que neste blog deram ideias e sugestões. Não caíram em saco roto, simplesmente com o festival de exames, reuniões e outras burocracias não tive tempo para pesquisar, aprender e implementar um sistema mais ético e seguro de consulta de avaliações.

Paradoxos

Paradoxos da pop. Quando somo fãs de um mega-artista pop, somos realmente fãs do quê? Da imagem romântica, mas falsa, do mega-artista como alma em busca de expressão, ou de todos aqueles que realmente desenvolvem o trabalho do qual o artista é apenas a face visível? Somos fãs da estrela, mas na verdade gostamos é do trabalho do compositor, do orquestrador, do escritor de letras, do maquilhador, do consultor de imagem, do estilista e, fundamentalmente, do trabalho da equipe de marketing da editora musical.

Goste-se do que se gostar. Vivemos numa sociedade livre, somos livres até para ser ludibriados. Pessoalmente prefiro a minha cultura um pouco mais autêntica - cultura, ou antes, o meu consumo cultural, enfim, porque nesta era hiper-economicista até a cultura é bem de consumo.

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Li algures que ter um blog é como ter um cão. É preciso passeá-lo pelo menos uma vez por dia. De vez em quando gosto de pôr a trela no blog e sair com ele até aqui.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Resmungos

Coisas giras de Lisboa: eixo norte-sul engarrafado, hora e meia para percorrer cinco quilómetros.

Coisas giras da auto-estrada: irritar-me com um daqueles condutores que adora entrar numa fila de trânsito engarrafada sem grande atenção às prioridades. Sinfonia de buzinadelas a terminar em gestos obscenos, com a vaga intenção de provocar uma síncope cardíaca no outro condutor. Eu sei, eu sei, que maldade tão pouco ética. Não me apeteceu ser bonzinho. Mas quando se apanha fila desde o Hospital de Santa Maria até às portagens de Lousa, há que arranjar entretenimento. Ainda por cima com um auto-rádio avariado e uma passageira ao pé da qual não podia fumar...

Resumo: viagem Lisboa - Ericeira, sempre em via rápida: duas horas e meia. Mergulhado na devastação desolada das paisagens urbanas da auto-estrada.

Leituras

Gizmodo | Ray Bradbury: "To Hell With the Internet!" O Grande Mestre da ficção científica tem pouca paciência para a fragmentação dos novos media.

Boing Boing | Great Firewall of Australia to block video games unsuitable for people under 15 Mais um país a juntar-se aos defensores da censura online. Desta vez é a Austrália, que pretende barrar o acesso a jogos não apropriados a menores. A todos os utilizadores. Todos, independentemente da idade.

BBC | OLPC software to power ageing PCs Confesso que apenas o experimentei virtualizado, mas já me ocorreu uma destas: revitalizar hardware mais antigo com o Sugar, o sistema operativo do OLPC.

BBC | UK 'has cyber attack capability' O departamento de defesa britânico investiu fortemente em capacidades de guerra digital. Normalmente não imaginaríamos os súbditos de sua majestade como ciber-guerreiros de fazer inveja às matrizes.

Imitar a arte

Ambiente saturado pelos media, o pulsar electromagnético que nos rodeia no imenso útero digital. Após a morte televisionada de um papa, acompanhada em tempo real por todo o planeta, temos a cobertura hipermedia da morte de uma estrela pop. Momento ballardiano nos media, completo com multidões angustiadas a cercar o edifício onde reside a carcaça da estrela por entre os espaços insossos dos subúrbios. Ballard escreveu um conto, anos atrás, onde os detalhes da saúde de ronald reagan eram seguidos em tempo real pelos jornalistas. Notícias de última hora sobre a taxa de pressão sanguinea e análises detalhadas com debate sobre o nível de açucar no sangue. Como se viu ontem, a vida aperfeiçoa-se na imitação da arte.

Décadas atrás, John Dos Passos descreveu num dos livros da trilogia USA as reacções populares à morte de Rudolf Valentino, galã dos primórdios do cinema, falando das multidões chorosas e dos jornais que sucediam edições em catadupa para um país ávido de saber sempre um pouco mais. Morte mediatizada no auge da era de gutenberg. Novos media repetem os velhos padrões. O interesse, o leitmotiv humano mantém-se inalterado.

Resta agora o debicar da carcaça, os inúmeros tributos vazios de conteúdo e as reedições especiais dos discos, cds, dvds e mp3 com drm restritiva. Morte como fonte de rendimento garantido.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

The Astounding World of The Future



Narrado no estilo optimista dos newsreels dos anos 40, esta montagem tongue in cheek compara a visão utópica do futuro com a nossa deprimente realidade.

Porque...

... hoje acordei mal disposto, apetece deixar umas malandrices.



Testa di Cazzi: porque a história da arte não é cinzentona e os nossos tetravós também eram malandrinhos...



Não, não é uma parede. O barquinho está mesmo ao lado de um super-navio tanque.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Leituras

Atlas Obscura Um compêndio de maravilhas, curiosidades e esoterismo. Um gabinete de curiosidades (os percursores barrocos do que se tornou o moderno museu) repleto de trivialidades interessantes.

Warren Ellis | The Dymaxion Index R. Buckminster Fuller foi uma figura controversa da arquitectura, que nos legou projectos utópicos e o conceito de estruturas geodésicas.

XPlanes Estou viciado neste tumblr (mesma coisa que um blog, mas com mais imagem e menos texto) sobre aeronaves reais e conceptuais.

Gizmodo | Hands-On: HP PhotoSmart Premium with TouchSmart Web Uma impressora, com ecrã sensível ao toque que permite navegar na web. Nem sei como imaginei a vida sem uma coisinha destas. A convergência tem destas bizarrias...

Next Big Future | China Will Be Testing Two Maglev Systems to Transport Freight: Up to Three Times Cheaper than Trucks or Rail Enquanto por cá se tenta fugir ao TGV, a China investe na próxima geração de comboios de alta velocidade. Note-se que um maglev faz um tgv parecer uma lesma.

PplWare | Polícia vai “entrar” nos computadores sem mandato? A juntar aos chineses, canadianos, franceses, ingleses e alemães, agora é o governo português que se prepara para lançar legislação restritiva das liberdades online. A justificação envolve os papões do costume: pedofilia e cibercrime.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Educação Digital

Estou a lançar o Escola Digital, um fórum de discussão direccionado para ajuda aos utilizadores dos computadores Magalhães e eEscolas e que é uma extensão lógica da página Recursos e-Escolas/Magalhães no site do agrupamento. Podia ter feito isto dentro do moodle, mas isso implicaria que só utilizadores registados no site moodle do agrupamento poderiam participar nos fóruns. Tenho a criação de contas de utilizador no site da escola muito restringida, para facilitar a gestão e simplificar procedimentos de segurança. Assim não tenho que andar periódicamente à caça de utilizadores-fantasma e evitam-se problemas de vandalismo digital. No fim de contas, o site da escola é um site institucional que reúne alunos, professores e encarregados de educação. Com este novo fórum, todos os interessados podem criar conta e participar, e espero que o façam: a ideia é a de ser um fórum de dúvidas, perguntas, respostas e sugestões. Vamos ver se pega.

O fórum corre sobre o Vanilla, que me parece fácil de utilizar e personalizar. Por enquanto está um pouco esquelético, mas espero que cresça.

E hoje foi lançado o Portal das Escolas, um super-site do ministério. Bloatware institucional... tentem encontrar uma escola e percebem onde quero chegar. Fiel à tradição lusa de gastar dinheiros públicos à torrente, o site utiliza o Plumtree como cms, comercializado pela Oracle.

domingo, 21 de junho de 2009

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À sombra sobre Lisboa.

Leituras



Criado no Cytoons. Brinquedo engraçado. Permite personalizar e animar avatares utilizando elementos pré-definidos. Aplicação em flash, um pouquito lenta.

IntoMobile | Barack Obama loves him some ‘BlockBerry’ Tremam, iPhones, Xperias, HTCs, Palm Pres e Blackberry: o gadget favorito do presidente americando é o Blockberry, pelo menos de acordo com uma firma chinesa especializada em iClones. Deve ser uma bela máquina, disponível em seis cores e com uma... 3,2" touch lens. Lente sensível ao toque. Eis uma tecnologia que não se vê todos os dias.

Warren Ellis | Wrong, And Yet Makes Sense NSFCM (not safe for christians and moralists): BDSM Jesus Dress-up. Vista o crucifixo com os seus acessórios fetishistas favoritos. Alguém vai arder no inferno por esta...


Aeronautica verde: o Sky Spark, um avião totalmente alimentado a electricidade, atingiu uma velocidade recorde de 250 km/h e a EADS apresentou na exposição aeronática de Paris o Bluecopter, protótipo que testa tecnologias verdes adaptadas aos helicópteros.

OLPC News | One Possible OLPC Legacy: Abandoned XO Laptops É um risco de despejar tecnologia nas escolas sem formação adequada e projectos de utilização continuada. Em parte, o meu trabalho implica um esforço significativo para que coisas destas não aconteçam no terreno. Mas não ajuda quando 77 computadores chegam sem um software leitor de dvd pré-instalado e o que vem nos cds fornecidos com os computadores não é compatível com o windows vista (!).

Resmungos

Primeiro domingo de verão na ericeira. calor, estradas congestionadas, praias cheias de gente. começam oficialmente os meses de inferno: canícula e magotes. bem, mas é bom para a economia local e é também um dos caveats de se viver numa zona balnear. mas decididamente sou uma pessoa mais invernal. confesso que para mim o verão é uma tortura.

Hack/Slash



Hack/Slash

Cassie Hack foi uma criança traumatizada. Quando andava na escola era perseguida pelos colegas até que estes começaram a desaparecer misteriosamente. Cozinheira do refeitório da escola e protectora da filhota, a mãe de Cassie é a responsável pelo desaparecimento das crianças. Descoberta, suicida-se enfiando a cabeça numa panela de sopa a ferver, mas regressa a vida como uma Slasher - uma assassina sobrenatural de faca afiada. Cassie destrói o monstro em que a sua mãe se transformou e decide dedicar a vida a caçar e eliminar Slashers.

Cassie é ajudada por Vlad, um homem deformado que usa constantemente uma máscara anti-gás para esconder um rosto assustador. Vlad foi abandonado enquanto bébé num caixote de lixo, e recolhido por um bondoso mas solitário talhante que o criou numa cave, ensinando-lhe o mundo através da leitura de comics. Juntos, Cassie e Vlad percorrem a américa em busca dos mais violentos assassinos especializados em lâminas afiadas.

É esta a premissa de Hack/Slash, o mais divertido e inovador comic do género de terror a surgir nos últimos tempos. Normalmente, este género divide-se entre revivalismos mais ou menos medíocres de personagens cinematográficas ou de banda desenhada clássica (entre outros, Vampirella, apesar da recente reinvenção em estilo manga), comics a cruzar linguagem similar à de edgar allan poe com a estética gótica em elegantes glorificações das trevas (vem à mente a Death de Neil Gaiman mas o estilo está na moda e legível em comics como Lenore ou Wulf and Batsy), ou personagens torturadas que percorrem o mundo em aventuras ocultas (das quais John Constantine: Hellblazer é o exemplo acabado).

Criado por Tim Seeley, Hack/Slash rompe com estes moldes remisturando todos os elementos do género. Cassie é uma heroína gótica sensual, Vlad um monstro simpático, e as suas aventuras são... desvarios criativos que brincam com todos os clichés do terror, com um pendor particular para homenagear o género Slasher de filmes como Halloween ou Friday 13th. Aqueles filmes de terror dos anos oitenta, repetidos em inúmeras sequelas, que preencheram muitas tardes ou noites de cinema em VHS.

A caça aos monstros está aberta, e Hack/Slash brinda-nos com animais de estimação zombies, alienígenas inspirados nos mitos de Cthulhu, vampiras lésbicas, brinquedos assassinos, reanimadores com o seu soro capaz de arrancar cadáveres das garras da morte, bloggers possuídos, padres-fantasma assassinos ou fãs de comics que assassinam argumentistas de banda desenhada para manterem a pureza dos seus personagens favoritos.

sábado, 20 de junho de 2009

O Poder da Imagem



René Huyghe (2009). O Poder da Imagem. Lisboa: Edições 70

A Imagem sempre foi fonte de fascínio. Das pinturas rupestres nas cavernas pré-históricas às abstracções pictóricas, as imagens fascinam gerações, intrigando com as suas diversas leituras, com os significados atribuídos e com a interrogação sobre inspiração e estado de alma dos artistas.

Nesta colecção de ensaios, Huyghe analisa a tentação do realismo, a interpretação do real, as visões sobre a beleza, o formalismo abstraccionante da composição, a liberdade da expressão, a leitura que fazemos das imagens, a profundidade das visões expressas pelo artista e a dicotomia entre uma ideia de arte representativa de ideais colectivos que evoluiu para a corrente concepção de arte enquanto expressão do artista enquanto indivíduo.

Arte é arte, e explicar o gosto e a preferência que sentimos por escolas, estilos, técnicas, épocas e artistas não é tarefa fácil. A arte é assunto que não se presta a interpretações simplistas e não se rende facilmente a teorias monolíticas. Os ensaios coligidos neste livro apontam essa fluidez da arte enquanto criadora de imagens que o acto de ver nos força a interpretar.

Boas ideias

Uma técnica brilhante para angariar dinheiro: colocar-se à entrada de uma rotunda no meio de uma via rápida, tentando parar o trânsito atravessando-se à frente de veículos para pedir uma contribuição para uma instituição. Foi o que deparei esta manhã na variante da Ericeira, com bombeiros da corporação local a atravessar-se à frente dos carros que passavam a pedir dinheiro. Mesmo compreendendo que a corporação precise de dinheiro, esta talvez não seja a melhor forma de o angariar. Parece-me antes uma boa forma de garantir a hospitalização de alguns bombeiros cilindrados por algum condutor com piores reflexos de travagem.

(Isto na verdade sublinha o falhanço do estado em apoiar as instituições que a nível local realmente intervéem.)

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bom dia interweb.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Leituras

Kottke | Nice infographics Confesso que nunca li o novo jornal i (sobrecarga de leituras, enfim) mas é bom ver que foi apontado como um bom exemplo de uso de infografia.

MAKE | Guerilla artist residencies in DIY megastores É um conceito interessante: grupos de artistas utilizam a abundância de espaço e materiais nas super-lojas de bricolage que pululam nos subúrbios para projectos artísticos que reorganizam o espaço comercial. Sem autorização dos responsáveis das lojas, claro...

Boing Boing | Canadian Cops Want To Wiretap The Net Utilizando os medos suscitados pela pornografia infantil, crime organizado e terrorismo, mais um parlamento que se prepara para aprovar legislação fortemente redutora das liberdades individuais online.

URBEINGRECORDED | The Revolution is Being Twittered - Tehran is Connected Se as notícias sobre o uso de tecnologias online para organizar protestos no Irão são um pouco exageradas, o facto é que neste momento o twitter e as comunidades virtuais são a fonte de informação que passa ao mundo o que se passa nas ruas iranianas.

Shared Worlds | Shared World's Top Five Real Fantasy/SF Cities Cinco autores de ficção científica escolhem as mais fantásticas das cidades reais.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

SOS

Uma coisa que me chateia na disponibilização de pautas online é que o sistema é rudimentar - vão em pdf (com restrições) e pronto. Gostava de implementar um sistema de consulta individualizado, a partir do nome, BI ou número do aluno. A aplicação de gestão de alunos exporta dados para csv e excel. Mas como integrar na web, criando uma base de dados acessível online?

Resmungos

Passo um ano a treinar um aluno para ser o responsável de uma futura equipe de intervenção TIC na escola, composta por alunos. A ideia é facilitar o meu trabalho, criar uma actividade proveitosa e envolver os alunos na gestão - em particular porque é uma forma de combater o vandalismo. Há uma diferença entre os meus colegas não respeitam o material informático e os meus colegas não respeitam o material informático que eu ajudei a montar e a manter. Treinei um aluno que não era dos melhores nas qualidades técnicas (mas essas aprendem-se) mas se destacava pela responsabilidade e confiança. Resultado: como transitou de ciclo, ficou abrangido pelo colégio de St. André, com o qual dividimos as àreas de residência. Bolas. Regresso à estaca zero.

Manhã passada na feira escolar, aos pulos entre outras tarefas. Finalizada a feira, constato, surpreendido, que por hoje nada me restava fazer. Tinha a tarde livre... arranquei para a Ericeira a magicar qual a melhor forma de aproveitar o tempo livre. Uma sesta? Umas leituras? Um mergulho? O idílio foi interrompido por um telefonema da escola. Problema informático nos exames. Pronto. Auto-estrada a 150 (120 se a gnr ler isto). Resolver problema. Regressar. Sesta.

Nunca percebi muito bem em que planeta vivem os responsáveis do ministério da educação. Recebi um convite/convocatória para estar presente num congresso sobre TIC no ensino. A barra é porque pelo que ouvi de rumores, numa certa Direcção Regional de Educação a cerca de 300 km de Lisboa o convite assumia carácter obrigatório. O congresso pareceu-me interessante, com oradores de topo (entre os quais um dos meus professores na Católica, Dr. Vítor Teodoro, de métodos de ensino questionáveis mas com uma enorme sapiência e acutilância que era um gosto ouvir). O problema? O congresso está marcado para os dias 18 e 19 de Junho, e o convite/convocatória seguiu no dia 17. De junho. Com actividades marcadas para 18 e serviço de exames no dia 19, tudo coisas que não se desmarcam de um dia para o outro. Enfim, se a malta que habita os gabinetes do ministério da educação tivesse a noção da realidade no terreno não teríamos tantos problemas educativos como temos...

Provas de Aferição

As pautas de resultados podem ser consultadas nas escolas do Agrupamento de Escolas da Venda do Pinheiro e na página de Pautas de Avaliação (tópico Provas de Aferição).

(o que eu gosto nestas coisas da interweb é que no mesmo minuto em que publico estas coisas os visitantes começam a chegar ao sítio, de acordo com os logs de acesso.)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

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Mais divertimentos no Pocket Artist.

Leituras

BBC | Tax to pay for fast net access O governo inglês está a propor um imposto sobre acessos à internet de banda larga. O objectivo é financiar com os dinheiros dessa taxa a construção de infraestruturas de acesso à internet de banda larga em zonas rurais e remotas, onde estas instalações não são rentáveis.

LA Times | Ghana Workers Bring Cars Back To Life Imaginem o mais velho dos chassos, estampado contra um muro de betão, com o chassis feito num acordeão e peças a faltar. Um carro para a sucata? Pense novamente. Em África tudo se aproveita, como mostra esta reportagem sobre os mecânicos milagrosos que conseguem dar nova vida aos mais velhos dos veículos, com ferramentas rudimentares. Claro que não passariam nas nossas inspecções, mas andam...

PPLWare | Revelando: Microsoft Morro Anti-vírus A microsoft lança-se no mercado dos anti-vírus gratuitos com este produto de nome infeliz. Vamos ver. Sendo um produto microsoft, podemos desde já esperar que: seja pesado, obrigue a actualizações constantes na ordem das dezenas ou centenas de mb, tenha um aspecto limpinho que esconda bugas graves, e que seja a aplicação mais atacada pelas comunidades cibercriminosas. Será que a miscrosoft lançou um produto, ou um alvo que permite aliviar a pressão sobre outros produtos?

XKCD | Porn Um perigo inusitado da pr0nografia online: o desenvolver de um fetiche por parceiros pixelizados.

Ars Technica | Study: PowerPoint animations are comprehension killers Mais um estudo a comprovar a inutilidade do PowerPoint enquanto instrumento de aprendizagem. Se bem que a questão não está bem no programa, mas sim no seu uso. O PowerPoint é uma apresentação, um suporte visual para um discurso ordenado. O seu uso eficaz requer preparação e coordenação. Apresentações com excesso de informação ou onde o orador se limita a ler a informação projectada são belíssimos exemplos destas ineficácias. Algo a reflectir, num momento em que as salas de aula dos 2º e 3º Ciclos e Secundário dispõem de computador e projector, e a febre dos powerpoints varre os professores.

IntoMobile | Opera Unite: One small step for software, one giant leap for the internet A Opera prometeu e parece estar a cumprir: o Opera Unite promete colocar o poder da web no browser, transformando a utilização do mundo online numa experiência similar à utilização normal do computador. Fluidez e interoperabilidade são as promessas deste iniciativa, que nos primeiros plugins libertou a possibilidade de através do browser (Opera, claro) tornar qualquer pc pessoal num servidor web.

Boing Boing | Germany to build the Internet Berlin Wall Qual é a cena dos europeus com a censura online? Depois do famoso projecto de lei europeia, depois das leis francesas, temos uma proposta alemã de bloquear acesso a sites. O leitmotiv é como sempre a pornografia infantil e a segurança das crianças, mas o precedente é demasiado vasto.

terça-feira, 16 de junho de 2009

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Divertimento no Xperia utilizando o Pocket Artist.

down

entrar na escola às oito e meia da manhã. sair às sete e meia da noite. aulas, actividades, montagens e desmontagens de computadores, preparação de máquinas para os directores de turma e para finalizar o dia orientar a parte informática dos exames nacionais e desbloquear os resultados das provas de aferição. estou ko. nem me apetece fazer o esforço de utilizar o shift para escrever maiúsculas.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

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Reminiscências

Curiosamente andei anos a fugir aos computadores. O meu primeiro contacto com a máquina que transformou o mundo aconteceu no liceu, quando experimentava jogar Doom em pcs 286 monocromáticos ao fim das noitadas no bairro alto em casa de alguns amigos com pais de carteira mais abonada. Interessante, mas não determinante. Na altura havia uma certa desconfiança em relação à tecnologia. Como era da área de artes, era adepto ferrenho do “fazer à mão”. Não havia na altura a acessibilidade, a disponibilidade, a quantidade de ferramentas e interfaces amigos do utilizador que hoje temos, e a isso junte-se uma certa dose de medo da tecnologia, de medo que o artificial se sobreponha ao real. Por isso, enquanto alguns amigos começaram a experimentar grafismos digitais, com ferramentas rudimentares pelos padrões de hoje, mantive-me fiel à tinta da china. Terá sido boa ideia? Hoje, alguns desses amigos são designers e animadores 3D. Eu sou professor...

A necessidade de utilizar o computador como ferramenta de trabalho surgiu no ensino superior, na ESE de Santarém. Aí, por influência de um colega de turma, comecei a frequentar a sala de computadores, e ao fim de um ano adquiri o meu primeiro computador. Quando percebi o potencial que havia na máquina, fiquei fascinado e comecei a experimentar. Com uma cópia pirateada do photoshop 2.0 em seis ou oito diskettes descobri o potencial gráfico das máquinas, e percebi que não havia artificialismo no que era produzido utilizando o pc, antes novas possibilidades estéticas e expressivas. Não uma extensão do trabalho com técnicas tradicionais, mas sim algo de novo, com ritmos próprios.

Depois seguiu-se a wired, a ficção científica cyberpunk, e agora... já não concebo a realidade sem ser aumentada pelo cibermundo.

domingo, 14 de junho de 2009

Leituras



Next Nature | Monokultur Há uma poesia muito própria nos não-espaços contemporâneos. Em particular, os entroncamentos de acesso a vias rápidas, símbolo do urbanismo denso automobilizado em que vivemos, erguem-se na paisagem com uma elegância intrínseca. São abstracções concretizadas em betão e alcatrão, linhas fluídas fixas tornadas transientes pelo movimento incessante dos veículos. São também paisagens de solidão brutal. Esta série de fotomontagens do fotógrafo Hubert Blanz capta na perfeição a beleza brutalista do não-espaço urbano. A acompanhar com as brilhantes fotos HDR de Ken Ohyama e um bocadinho de Rem Koolhas.

Boing Boing | British cops deliver Catch 22 to photographers: you're not allowed to know which areas you're not allowed to photograph As leis britânicas, ao abrigo de artigos de combate ao terrorismo, permitem que a polícia intervenha caso detecte alguém a tirar fotografias em zonas sensíveis. Parece razoável, até que nos lembramos que quem fotografa pode não passar de um turista incauto, ou amante de fotografia, que se pode ver em sarilhos pelo crime de tentar captar uma imagem que gostou. Melhor (esta parece que aprenderam com a burocracia portuguesa): existe uma lista de locais onde é proibido fotografar... mas essa lista é secreta.

Boing Boing | Have botnet prices crashed? Boa. Por 25 dólares compro uma hora de ataques feitos pela rede de zombies controlada por cibercriminosos que vendem acesso a preços de saldo.

Vintage Photo | Short history of mobile phone Uma história visual dos telemóveis, desde o primeiro modelo de 1922 (!) até ao primeiro smartphone (da philips, em 1996).

Gizmodo | OS X Runs (Poorly, We Admit) on Sony Vaio P Depois do Mini 9 e do Eee, o próximo netbook hackado para correr mac é o... belíssimo e caríssimo brinquedo que é o Vaio P.

sábado, 13 de junho de 2009

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Hail!

Leituras

Gizmodo | European Windows 7 Will Ship Without IE Graças às decisões anti-monopolistas da União Europeia, o Windows 7 será vendido na europa sem o internet explorer integrado. Infelizmente, conhecendo como conheço a carneirada que é o utilizador comum, temo que as lojas de informática fiquem entupidas de reclamações de donos de novos pcs que ligaram a máquina e ficaram furiosos porque aquilo vinha sem internet. Para muitos, o ubíquo e do IE é sinónimo de internet e por mais que se explique que 1) a internet é uma rede mundial e não um programa de computador, e 2) existem outros browsers para lá do IE, a coisa não entra.

XKCD | Latitude Os perigos da geolocalização online em tempo real. Brilhante.

ArtFagCity | Boy, Do We Love Art History Jokes! E eu também. Em particular quando são subtis, caso do trabalho da artista Sherrie Levine intitulado Meltdown (After Yves Klein). Este consiste numa série de quadros monocromáticos em várias cores. Qual é a piada? A referência a Yves Klein, artista situacionista francês, conhecido pelos seus quadros em azul monocromático. Klein patenteou o seu tom de azul favorito - chamado de Yves Klein Blue e dedicou-se a pintar quadros monocromáticos que hoje se vendem pelo preço de duas ou mais casas na ericeira. Isto, os mais baratos...

BoingBoing | The Top 10 most absurd Time covers of the past 40 years Designers pitosgas e editores daltónicos... uma galeria de capas da Time que se podem classificar entre o feio e o ridículo. Com comentário. Falta só a capa da edição em que Hitler foi escolhido como Pessoa do Ano. Mas aí o ridículo não está no grafismo...

Ars Technica | Most Twitter users never tweet, don't follow anyone E qual é a surpresa? Quantos não foram os blogs que surgiram e morreram ao fim do primeiro post? A verdade é que estas são ferramentas de comunicação. Aderir é fácil. Encontrar algo para dizer é que é mais difícil.

Gizmodo | Goodbye, Analog Static. Ontem nos EUA fez-se a transição (forçada) da tv analógica para a tv digital. E o que é que acontece à imagem da estática no televisor?

New Scientist | First new element for five years makes periodic table Por enquanto apelidado de Uub (latim para 112), este novo elemento foi criado através da fusão de iões de zinco com chumbo. Mas o que fascina é a ideia de equipes científicas, armadas com super-laboratórios equipados com as mais esotéricas altas tecnologias, dedicadas unicamente a criar novos elementos, ou como diz um dos cientistas citados no artigo, the aim is to find the end of the periodic table. Alquimistas do futuro contemporâneo.

io9 | 7 Virtual Reality Technologies That Actually Work Normalmente a realidade virtual é um desapontamento, excepto quando realmente funciona. Sete tecnologias, dos simuladores de voo ao second life, que mostram o melhor da realidade virtual.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Leituras

Boing Boing | Mandatory Censorware comes to Chinese PCs on Jul 1 A partir de agora, todos os computadores vendidos na China têm obrigatoriamente que ter instalado software que bloqueia sites considerados indesejados pelo governo chinês. Mas para limpar aquela imagem incómoda de governo totalitário com total poder de vida e morte sobre os cidadãos, encomendou um estudo que indica que muitos adolescentes estão familiarizados com a pornografia na internet. Exacto. Censurar para proteger as crianças. O facto do software também bloquear sites noticiosos ou incómodos para o governo é mera coincidência.

SoC | Corrupted Word Files for Sale Bom truque para estudantes preguiçosos na era digital: entregar ficheiros corrompidos para obter adiamentos de prazo de entrega de trabalhos. A ideia de vender ficheiros corrompidos é que talvez não seja das melhores.

Lines and Colors | James Abbott McNeill Whistler Um bom perfil deste pintor americano, que nos leva literalmente a ver para lá das saias da mãe de Whistler (piada erudita, vejam lá se percebem) e a descobrir um pintor eminentemente preocupado com o fixar atmosferas momentâneas na tela.

Virtualmente Autêntico | Como Instalar Mac OS X num Eee 901 Geralmente estamos habituados a ler este tipo de tutoriais no Gizmodo e companhia, mas estes têm uma marcada preferência pelo Acer One. Daqui da zona sai este tutorial que transforma o ubíquo Eee numa macmachine.

terça-feira, 9 de junho de 2009

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Acabei de reparar no widget da rede social do google que tenho mais um seguidor - o Jahsonic. É uma honra. Este blog holandês é uma leitura obrigatória.

Azares

Sou fanático por canetas de tinta permanente Parker modelo 45 ou similares, uma vez que o mítico modelo já não é manufacturado. Infelizmente, sempre tive um azar enorme com estas canetas. A primeira, uma herança original com algumas décadas, desapareceu-me misteriosamente numa aula. Ainda hoje suspeito do meu professor. As restantes tiveram pior sorte. Normalmente estragaram-se devido a quedas que invariavelmente espetavam a ponta do aparo no chão.

Após alguns anos sem uma canetinha destas, recentemente rendi-me à tentação e comprei mais uma Parker. Não de modelo 45, mas uma bem simples, com o tipo de design que me deixa babado. Estranhamente, correu tudo bem... até hoje, em que a deixei esquecida numa sala de reuniões. Nas Caldas da Rainha. Junto com outro dos meus fetiches gráficos - uma lapiseira também de modelo clássico, introduzido pela Caran d'Ache há mais de cem anos. São objectos, bem sei, mas são objectos que me são queridos pelo seu estilismo. Pelo menos não perdi o moleskine... se bem que, no que toca a canetas Parker, a coisa é tipo maldição. O melhor é render-me às evidências e passar a usar Bics - que, diga-se, também têm um traço assinalável.

Hitler's Empire



Mark Mazower (2008). Hitler's Empire: Nazi Rule in Occupied Europe. Londres: Penguin

The Independent | Hitler's Empire

Durante os longos anos negros da II Guerra, grande parte da europa ocidental e oriental viu-se debaixo do jugo de um dos piores regimes políticos da história da humanidade. A vida, ou antes a sua impossibilidade, sob esse regime nos territórios ocupados é o assunto deste livro de grande fôlego, que cobre as decisões, as políticas, as acções e os impactos do regime nazi na Europa ocupada.

Mazower pinta um quadro detalhado. Analisando os principais teatros de guerra, distingue entre dois tipos de ocupação - um mais brando, contando com a colaboração das instituições dos países subjugados, na europa ociental, e uma forma selvagem de ocupação com políticas declaradas de extermínio na Europa de leste, levada a cabo não só pelo regime nazi mas também pelos seus aliados húngaros, romenos e búlgaros (estes últimos capazes de atrocidades que faziam empalidecer de horror os atrozes alemães).
A sua visão do regime nazi é desapiedada, mostrando-nos um quadro de cleptocracia dominante apoiada no autoritarismo de figuras do partido, normalmente incompetentes para a gestão governativa, geurrilhas absurdas entre facções ideológicas, lutas encarniçadas pelo poder e um desdém atroz pela vida daqueles que o regime não considerava como humanos. A inevitável derrota alemã é traçada desde o início da guerra: mesmo no momento de auge das vitórias militares, com um exército imparável, o regime não foi capaz de gerir a sua sustentabilidade face à rapacidade generalizada e incapacidade de reconhecer nos povos subjugados potenciais aliados de luta - erro cometido no leste, onde as acções repressivas acabaram por dar apoio ao regime bolchevique sovético, tão sangrento quando o nazi, mas não cometido a ocidente, onde por razões económicas havia uma confiança tácita nas instituições e as políticas de terror só foram instauradas no desespero do final da guerra.

Mazower também não é muito benévolo com as resistências. Ao contrário do mito de uma forte resistência europeia ao jugo nazi, o historidador mostra-nos um quadro de colaboração plena política e económica nos países ocupados, que se traduziu numa certa liberdade de acção. Perante a necessidade dos bens industriais e produtos alimentícios, os ocupantes optaram em muitos territórios por uma ocupação branda (excepto no casitigadíssimo leste europeu, palco das piores atrocidades da guerra) e as resistências só se fizeram sentir nos momentos finais da guerra, adquirindo importância como mitologia de salvar a face frente à vergonha da colaboração (França é aqui o caso paradigmático). De facto, no auge do poder nazi, muitos políticos em países ocupados regojizavam-se com a nova ordem nacional-socialista, capaz de trazer ordem às desgastadas democracias ocidentais.

De 1939 a 1945, a Europa sofreu uma devastação impensável quer às mãos de um regime bárbaro e assassino, quer às mãos dos que procuravam vingança. Hitler's Empire traça brilhantemente a loucura, a incompetência, a cleptocracia e nepotismo do regime nazi e dos seus sequazes.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Porque importa.

Confesso que não fui votar nas últimas europeias. Ainda votava em Lisboa e não tive paciência para ir lá de propósito participar nas eleições. Desta vez, mesmo que ainda que tivesse que ir daqui para o liceu Filipa de Lencastre, decidi ir votar. Em parte devido ao papel preponderante que a UE tem nas nossas vidas (como o recente caso das leis sobre propriedade intelectual, sabiamente chumbadas pelo parlamento europeu, demonstra). E em parte porque, enfim, sou professor e apesar de não me identificar com radicalismos ou aproveitamentos políticos sinto-me insultado pelo corrente governo. Necessidade de mudar é uma coisa, destruir e aniquilar é outra, e sob a capa da primeira um governo com rédea livre provocou o maior retrocesso de sempre na minha classe profissional. Podiam ter ido mais longe, regressando às leis do estado novo que obrigavam, por exemplo, uma professora a ter de pedir licença ao ministério para se casar. Uma das razões que me mantém a trabalhar é um sentido de comunidade (a outra óbvia, as contas não se pagam por si só), que tenho a consciência de estar a ser explorado das piores formas pelo ministério. Há uma expressão eminentemente freudiana que define bem como me sinto em relação a isto. Mas não consigo dizer não a quem precisa.

Por isso estou contente com os resultados eleitorais, em particular porque o partido em que tradicionalmente voto continua a sua ascensão - nada mau, para um agregado de pequenos partidos e movimentos cívicos que está a reinventar a esquerda. O que me deixa descontente é a abstenção. Numa nação sempre lesta a queixar-se das políticas europeias, a necessitar de subsídios ou cada vez mais integrada na Europa, sessenta e tal por centos dos portugueses preferem fazer qualquer outra coisa do que ir às urnas no momento em que podem fazer alguma coisa de concreto, escolhendo os representantes portugueses no parlamento europeu. Porquê esta apatia, cada vez mais generalizada? O nosso voto importa.

Curiosidade: ao consultar os resultados eleitorais no Concelho de Mafra nota-se uma enorme abstenção nas maiores freguesias.

Re-Animator



Re-Animator

Herbert West: Reanimator é talvez um dos piores textos a sair da mente de H. P. Lovecraft. Imprisoned with the Pharaos e a sua poesia são bem piores, mas a história escrita a metro sobre um cientista que desenvolve um soro capaz de derrotar a morte com resultados macabros é também uma das mais divertidas obras do escritor norte-americano.

A adaptação ao cinema deste conto segue fielmente o espírito da obra. Mais do que uma adaptação fiel, é um desenrasque típico de filme de série B que, face a um orçamento insuficiente para recriar os cenários originais de Lovecraft, actualiza-os para a era contemporânea. West é agora um cientista expulso de uma universidade alemã que vem continuar os seus estudos na mítica universidade de Miskatonic (um deveras curioso local de aprendizagem académica). Apostado em testar o poder do seu soro - um mirabolante líquido amarelo fluorescente, verdadeira imagem de marca do filme, West depressa entra em rota de colisão com o Dr. Hill, um dos professores mais ambiciosos da academia. Complicando um pouco mais a coisa, West aloja-se na casa de um colega que vive uma relação amorosa com a filha do reitor da universidade, relação mal vista pelo pai e por Hill, desejoso de reclamar a jovem rapariga para si.

As aventuras de West complicam-se quando penetra na morgue da faculdade para testar o seu soro em cadáveres. Acidentalmente, o reitor da universidade morre e West aproveita a oportunidade para mais um teste à sua descoberta. West, sublimemente representado por Jeffrey Combs, passa o filme com uma singular expressão determinada enquanto mostra as suas seringas com um ar ameaçador. As consequências depressa se fazem sentir: Hill descobre o segredo de West, acabando decapitado... e reanimado, o que nos dá o longo e perfeitamente insano final do filme, com um super-vilão que se passeia de cabeça debaixo do braço, controla outros reanimados, quase chega a vias de facto com a rapariga objecto do seu desejo (não digo como, fiquemo-nos apenas pela ideia que uma cabeça livre de pescoços tem uma certa flexibilidade) e desencadeia um holocausto de mortos-vivos apenas travado por West e as suas seringas cheias de soro reanimador.

Re-Animator é um daqueles filmes brilhantes de baixo orçamento que consegue conquistar quem o vê. Sem se levar muito a sério, o filme presta uma homenagem humorada, sem roçar o patético, que é de facto fiel ao espírito grand-guignol do conto original de Lovecraft.

domingo, 7 de junho de 2009

H



Podem espreitar esta forma inovadora de utilizar a língua portuguesa ali para os lados do Parque de Santa Marta. Ou então sou eu que desconheço a burocracia e que entre os vários tipos de moradias unifamiliares existem as h.

Leituras

The Dew Line | PHOTOS: New gunship flies to Paris Air Show debut O Air Tractor, de origem polaca, é talvez um dos mais feios aviões a agraciar os céus e é bem conhecido pelo seu papel na agricultura e combate aos incêndios. Agora, a empresa que o comercializa apostou no mercado da defesa com uma versão anti-terrorista. É um sinal dos tempos.

Gizmodo | Dumb cellphones must die Dumb cellphones—like the W995a—are like the coolest, fastest typewriters in an age of word processors. Na era do iPhone, do Pre e do Android, porque é que ainda suportamos os interfaces aberrantes da maior parte dos telemóveis do mercado? Na verdade, um telemóvel é um equipamento em que a sua utilização primordial - falar, é das menos interessantes e utilizadas.

Make | h+ Summer Issue Vamos discutir o futuro, agora? A h+ não é mais uma forma de promover produtos para os mercados mainstream (ao contrario de boa parte das revistas e rubricas sobre o futuro, agora - do qual a da SIC é caso paradigmático, deve haver uma lista de espera de empresas à espera de publicitar naquele espaço dos noticiários da SIC). Tempos houve em que a Wired era o centro da cultura digital (antes de ser vendida à Condé Nast). A h+ parece capaz de ser a nova referência dos technorati. Afinal, mais importante do que conhecer a tecnologia é compreender a tecnologia.

BLDBLG | The Water Menu Água. Definida como inodora e incolor. O que não impede a nova moda das àguas de luxo: águas minerais raras, comercializadas como produto de luxo. Estupidamente caras e embaladas em garrafas que são produtos de design, são definidas com termos que habitualmente associamos aos vinhos de topo. Mas... é àgua...

ideia para um negócio: aplicar a sumos a mesma fórmula das águas. Sumo de pêra-rocha do oeste. Sumo de uva do altiplano chileno. Sumo de cereja do fundão. Sumo de manga das praias da costa do marfim. Para quê pagar pouco por uma embalagem com sumo de frutas de diversas origens quando podemos cobrar um balúrdio apostando na raridade do produto?

Gizmodo | Smile: The First Six-Astronaut Crew Ever at the ISS Pela primeira vez, a Estação Espacial Internacional alberga seis astronautas em missão. É a Expedição 20 a tornar o espaço lá em cima um bocadinho mais cheio.

Next Nature | Boomeranged Metaphors Ícones do mundo real adaptados ao digital que se tornam novos ícones do mundo real - caso do ponteiro do rato, ou de objectos que emulam o aspecto pixelizado das imagens digitais. Sinal de uma convergência entre o virtual e o real, de evolução em direcção a uma realidade aumentada em que de facto já vivemos.

Gizmodo | Android Apps Running on Ubuntu Blur All Kinds of Boundaries Supostamente o Android serve como sistema operativo para telemóveis (e em portugal, para quando?). Mas a coisa é flexível. Depois das experiências de netbooks a correrem Android, surge a capacidade de correr aplicações nativas do Android em Ubuntu.

(E porque é que ainda utilizo o windows? bem, porque o paguei quando comprei o computador, porque não estou a ser bem sucedido a correr o Bryce no Wine, e porque por vezes sou obrigado a resolver problemas de trabalho com programas que exigem o MSW. De resto... larguei o Photoshop e trabalho exclusivamente no Gimp. Entre Office e OpenOffice prefiro o segundo. Os browsers de eleição são o Chrome e o Firefox. Som trabalho-o no Audacity. Para desenhar ainda prefiro o Corel ao Inkscape apenas porque falta ao segundo um gestor de objectos - útil quando as formas e linhas se multiplicam pelas largas dezenas e centenas. Os jogos favoritos do momento são o Battle for Wesnoth e o Sauerbraten. Quanto ao vídeo, enquanto em Windows fico limitado à basicidade do VideoSpin ou do MovieMaker em Linux tenho o Open Movie Editor, o Cinelerra e outros potentes editores não-lineares com capacidade profissional. São as três razões que me restam...)

sábado, 6 de junho de 2009

Atelier Animação 3D



Experiências de animação 3D em Bryce criadas por alunos do 5º ao 9º ano no atelier Modelação e Animação 3D no dia do Departamento de Expressões do Agrupamento de Escolas da Venda do Pinheiro, dinamizado por mim com a colaboração de quatro alunos que me ajudaram a demonstrar algumas técnicas elementares de animação e modelação 3D. O vídeo é uma colagem de animações curtas criadas experimentalmente pelos visitantes ao atelier, à razão de um segundo (quinze frames) por aluno. Daí a simplicidade do elemento animado.

E pronto.



Os cinco gatinhos resgatados da rua já têm todos o seu dono. Espera-os uma vida de bicho mimado. Confesso que o último me custou um bocadinho a dar...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

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Hora de recolher à toca.

Então e onde é que eles estão?

Dia passado nas actividades do dia do meu departamento disciplinar, a animar ateliers - no meu caso, um de modelação e animação 3D. Coadjuvado por alunos de sexto ano. Dia passado com um olho no burro e outro no cigano, dedicado
à educação visual e tecnológica vertente digital mas sempre à espera da entrega dos famigerados quadros interactivos. A entrega, prevista para dia 8 de maio, iria decorrer hoje.

À hora marcada aparecem-me dois técnicos prontos para o trabalho. Perguntei-lhes logo onde é que estavam os quadros. Então mas ainda não os receberam, responderam? Bem, não, supostamente viriam hoje fazer a entrega e montagem. Os técnicos entreolharam-se, ligaram ao supervisor, e resmungaram qualquer coisa sobre a sanidade económica de serem pagos à montagem e de se deslocarem da margem sul para não efectuarem um quarto dos serviços previstos. Mais uma vez a entrega de quadros interactivos decorreu na normalidade: marcaram a entrega, não apareceram e deixaram tudo pendurado. Despedi-me deles e fui possesso para o executivo refilar com a incompetência destas entregas. Felizmente já não é a primeira desfeita, e por isso não reservei as salas de aula necessárias para a montagem. Ou montariam nos tempos disponíveis, ou aguardariam até ao final do dia. Ou então chegariam e... nada. Francamente já o suspeitava. Bendito PTE e benditas empresas de adjudicação directa que tão bem fazem o trabalho para o qual foram pagas com o dinheiro dos nossos impostos.

Agora é hora de fazer precisamente nada. Longo dia a finalizar uma longa semana. Ouvir música, ler comics e habituar o último dos cinco gatinhos à presença humana. Dar um bocadinho de descanso ao processador. E para amanhã ficam os videos feitos pelos alunos no atelier.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

sudo get-sandwich



Os 25 melhores cartoons sobre programação. Hilariante. (nota: sudo é o comando de super-utilizador linux - omnipotente no sistema.

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Oito e meia da manhã. Aula, interrompida para reiniciar o router de acesso e os switchs principais. Enquanto os alunos trabalhavam tentar recuperar uma máquina com erro no sistema operativo e drive de cds frita (arrisquei uma usb mas sem grande sucesso). Dez horas, cigarrinho do intervalo interrompido por auditoria à futura rede. Onze horas, aula, interrompida por urgência na secretaria às voltas com permissões no servidor (que eu pensava que tinha resolvido à três dias) e acessos a servidores de email. Meio dia: montar um dos novos pcs, retirar definições de fábrica e ligar no domínio local. Correu bem, mas quando tentei fazer a coisa no andar de cima não consegui aceder ao domínio. Estranho. Duas da tarde: momento auto-imposto de relax. Duas e meia: começar a montar as coisas para a actividade de amanhã - demonstrações de modelação e animação 3D. Cinco e meia: reunião. Sete horas: sair da escola após certificar-me que as coisas informáticas estão preparadas para amanhã. Vale é que para a semana temos feriados...

terça-feira, 2 de junho de 2009

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Depois de doze horas seguidas na escola, a montar exposições, a dar aulas, a resolver problemas com o sistema informático e uma reunião de três horas, só tenho vontade é de recolher à toca.

Miracleman



Wikipedia | Miracleman

Originalmente um clone inglês de um personagem clássico da Fawcett, Miracleman ganhou notoriedade graças a uma série de dezasseis volumes escrita por Alan Moore e originalmente publicada na revista britânica Warrior.

Pegando no personagem simplista que copiava discretamente o clássico Capitão Marvel dos anos 40 e 50, Moore remisturou brilhantemente os conceitos do comic de heróis com uma certa visão nietzschiana. O autor repesca o personagem anós após a sua última aparição, amnésico, casado e com uma vida banal. Recuperando a sua memória, Mircleman, o homem milagroso, embarca numa viagem de descoberta em que nada é adquirido. Nos primeiros números, a história parece desenrolar-se da forma habitual, com um personagem a descobrir a sua mitologia de poderes concedidos por seres cósmicos. Parece banal, típico de milhentas personagens do género, e Alan Moore depressa nos tira o tapete com um arco mais negro, onde os mitos super-heróicos são revelados como constructos psicológicos gerados por cientistas sem escrúpulos que adaptaram tecnologias alienígenas na criação de mutações de seres humanos, na busca de um homem perfeito. Os ingredientes são interessantes - alienígenas, conspirações governamentais, super-homens nietzschianos com laivos de übermensch nazi, mas Moore não se fica por aqui.

Ressuscita um dos companheiros de Miracleman como o seu oposto - um mal absoluto. Envia Miracleman ao espaço para conhecer duas avançadas civilizações que se debatem com o que fazer com um planeta que contém mais que humanos. Como apoteose, gera uma terrível batalha entre o bem e o mal - entre o super-homem milagroso e o super-homem diabólico que arrasa Londres e se desenrola com um sadismo pouco habitual nos comics (que, à época, gerou controvérsia). Ilustrado por John Totleben (que acompanhará Moore na recriação de Swamp Thing), este número vive de cenas tétricas de violência infernal de fazer inveja às visões do inferno de Hyeronimus Bosch. No clímaxe da história, momento em que Moore abandona a série, Miracleman conduz o planeta para uma utopia social, tornando-se o regente de uma ditadura benevolente que engloba todo o globo, erguendo um novo olimpo onde vivem deuses reais.

Esta evolução, bem como a mestria habitual da arte dos comics saída de Alan Moore, tornaram esta série um marco de culto na história da banda desenhada. Miracleman ainda durou mais uns números, agora sob tutela de Neil Gaiman que optou por histórias pessoais ao invés de grandes arcos mitológicos. São estilos de abordagem que caracterizam os autores: mais tarde, Moore reiventará o clássico Swamp Thing de acordo com linhas ecológicas e mitológicas, e Neil Gaiman entretecerá uma mitologia a partir de retratos de vidas comuns tocadas por magia ao reiventar The Sandman.

Miracleman é um comic difícil de encontrar, mergulhado em litígios legais entre editores e autores sobre quem detém os direitos de autor, o que impossibilita a sua republicação.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

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Calores.

The Bradleys



Peter Bagge, 2004. The Bradleys. Seattle: Fantagraphics Books

The Bradleys

O traço estilizado e o humor negro corrisivo de Peter Bagge são uma das constantes do comic artístico. Ao longo dos anos Bagge zurze nas convenções, impiedosamente, com o seu estilo sintético de imagens repelentes que comunicam de forma eficaz as críticas do autor. Entenda-se repelente como "desafiador de convenções". Bagge não é um daqueles autores apostado em criar visões cor-de-rosa da realidade que observa.

Originalmente publicado nas páginas da revista Hate Comics, The Bradleys é uma visão negra da família nuclear americana dos anos 80, aliás, uma visão negra da família nuclear. Os Bradleys têm mais vícios do que virtudes e Bagge explora-os com um violento e insolente humor.

SOS?

O que é que aconteceu ao sol? Eu a preparar-me para um mergulhinho agora de manhã e só se vê é nevoeiro.