segunda-feira, 21 de abril de 2014

Comics


Batman #30: Sott Snyder poderia ter seguido o caminho mais fácil e ressuscitado o Joker como arqui-inimigo do homem-morcego nesta revisão ao clássico Batman. Mas não. Pegou no habitualmente patético Enigma e transformou-o num super-vilão de primeira linha, capaz de catástrofes de primeiro plano. Como dominar toda a Gotham, separada do continente por um exército de drones. É interessante a forma como Snyder está a revitalizar o personagem, dando vénias aos seus melhores momentos e atrevendo-se a desafiar as expectativas.


D4VE #04: Divertido e bem ilustrado, D4VE é uma belíssima sátira futurista aos robots na ficção científica. No futuro distópico em que os robots exterminam a humanidade mas depois se entretêm a recriar a sociedade humana D4VE é um inadaptado, ameaçado de exterminação por despedimento (porque máquina despedida é máquina obsoleta), e o único capaz de combater uma invasão de alienígenas insectóides. E sim, como o robot entra dentro de uma vasta mainframe que controla o mundo robótico, há um momento "d4ve, I'm afraid I cannot do that".


Frankenstein Alive Alive! #03: Dois mestres a revisitar um clássico. Steve Niles dispensa apresentações no que toca a comics de horror e Bernie Wrightson não é um estranho a adaptar a sua mestria à obra clássica de Mary Shelley. O seu Frankenstein é um dos grandes marcos gráficos na adaptação da obra original. Neste Alive Alive! a narrativa é reconstruída com toques de fantasmagoria gótica. Nada de muito inventivo, mas a mestria gráfica e o gosto puro de Wrightson são um mimo para o leitor.


Rover Red Charlie #05: O quê, Garth Ennis a dar-nos um momento bucólico de felicidade canina? Os nossos três intrépidos heróis conseguem atravessar o continente e chegar à grande água e, sendo cães, mergulham com alegria no mar. É estranho, muito estranho. Ennis a dar-nos uma edição feliz e sorridente. Suspeito que a coisa vá acabar mal.


Skinned #01: Reflectir sobre a ilusão da virtualidade é tema em alta na cultura popular. No cinema temos The Congress, e agora a Monkeybrain estreia este comic que teve um arranque interessantíssimo. Estamos num futuro distópico ultra-neoliberal onde realidade aumentada pervasiva gera um consenso alucinatório imposto pela elite reinante, que gosta de disfarçar o real com um exotismo orientalista. Tem um toque de fantástico medievalista - a elite reinante estiliza-se como família real e o resto da população como servos mas a alta tecnologia virtual e a sua distorção sobre as percepções do real são o foco do argumento. Mais uma interessante visão crítica do even better than the real thing.