segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Comics


2000AD #1866: O irreverente humor britânico em modo histriónico é o que dá sabor às desventuras de Ulysses Sweet, o psicopata mais temido da galáxia. Fortemente absurdo e toca no ridículo, intencionalmente exagerado e com poucos limites. Coser putos para criar um miúdo gordo gigante? Tentar traumatizar um jardim zoológico até à morte? Ainda conseguem ir mais longe do que no episódio em que o psicopata, encarregue de proteger com máximo prejuízo uma cantora pop de assinalável vacuidade mental, se diverte a decapitar golfinhos para usar as cabeças como chapéu.


East of West #09: Só há uma coisa que admiro mais do que argumentos intrigantes e inteligentes: vastos panoramas de cidades utópicas futuristas. E Hickman deu-me isso nesta edição do seu weird western. Aprofundou um pouco mais o mundo ficcional, levando-nos a visitar uma nação criada por escravos revoltosos da guerra da secessão que prosperou graças ao petróleo do golfo do México. Os ventos de guerra apocalíptica prepararam-se para varrer o mundo de East of West e Hickman está a posicionar com precisão as peças para o jogo final.


Miracleman #02: Não nos podemos queixar da pressa da Marvel em publicar esta série. Foram muitos anos à espera. Mas surpreende como é que a editora clássica dos mais infantis super-heróis se atreve a publicar esta visão violenta e amoral do género. Esta visão de seres super-poderosos para quem meros humanos são pouco mais do que serventes descartáveis está nos antípodas do tom habitual da editora.


Serenity Leaves on the Wind #01: O fandom anda intrigado com o reaparecimento desta série nos radares da cultura pop. Pessoalmente não fiquei muito impressionado, mas o toque space opera em comics é tão raro que é difícil escapar-lhe. A ver vamos como é que isto progride. Sendo um tie-in não espero muito.


Sledgehammer '44 Lightning War #03: É divertido ler este back to basics  de Mike Mignola. Está no seu elemento, no mesmo substrato que nos legou Hellboy: ocultismo, tecnologia retro de fantasia e os absolutos da guerra contra o nazismo. Tal como Baltimore o personagem vai sendo desenvolvido em pequenos episódios que se vão entranhando no leitor. Mignola podia-se dar ao luxo de esgotar Hellboy e manter a algo entediante série B.P.R.D., mas ainda bem que não o faz e nos mima com novas criações.