sábado, 9 de junho de 2012

New Yorker Science Fiction Issue (I)

Ainda estonteado pelo cheirinho a papel couché impresso. Prontinho para mergulhar na edição de verão da New Yorker, este ano dedicada à ficção científica.


A capa de Daniel Clowes está esplendorosa, a remeter para a quadricromia dos comics com a iconografia do género fantástico. A imagem do aventureiro espacial, robot e monstro a irromper em cores gritantes pelo acastanhado do academismo, chocado e desconfiado pela erupção de imaginação pura no meio dos silogismos da teoria literária captura bem boa parte do que se diz da Ficção Científica. Os olhares surpresos, desconfiados e assustados das figuras em primeiro plano dizem tudo. Não é a pistola de raios que mete medo, é a pura liberdade imaginativa. Só resta imaginar qual o olhar da jovem loura? Partilhará do choque académico ou terá ficado embevecida pelo arrojado astronauta?

Dei algumas voltas aos neurónios a tentar perceber o porquê deste cartoon. Até que fez clique: tudo o que naufragou na ilha é exemplo de tecnologia extinta ou em vias de extinção. Talvez até o homem como o entendíamos. 

Pobre assassino da serra eléctrica. Com uma megera em casa a cercear-lhe a expressão criativa, não admira que se tenha voltado para o corte impreciso de membros e torsos.